Faça a sua parte — e deixe-a nas mãos de Deus – Lloyd-Jones

Consideremos o caso dos que temem o futuro. . . condição muito comum, e é, de fato, coisa das mais extraordinárias observar como é que o inimigo tantas vezes produz o mesmo tipo fundamental de condição nas mesmas pessoas, mediante estes métodos que parecem ser diametralmente opostos. Quando você endireita a atitude delas, com relação ao passado, imediatamente começam a falar do futuro, resultando que estão sempre deprimidas no presente. Você conseguiu satisfazê-las quanto ao perdão dos pecados; sim, até daquele pecado específico, que achavam tão excepcional . . . E então dizem: «Ah, sim, mas. . .», e se põem a falar de temores concernentes ao futuro e ao que está lá adiante. . . Ora, está bem que pensemos no futuro. . .

Mas as Escrituras constantemente nos exortam a não ficarmos preocupados com o futuro. «Não vos inquieteis com o dia de amanhã», quer dizer: «Não sejais culpados de ansiosa preocupação com o amanhã». Não significa que não devemos pensar nele de modo algum. Caso contrário, o agricultor não usaria o arado e a grade, e nem semearia. Ele o faz olhando para o futuro, mas não passa o tempo todo perguntando e se afligindo quanto aos resultados finais do seu trabalho. Não; ele pensa nisso razoavelmente, e depois o deixa. . . embora esteja muito certo pensar no futuro, é muito errado deixar-se dominar por ele. . . Pensar é certo, mas ser manobrado pelo futuro é total-mente errado.

Pois bem, esse é um postulado fundamental, e o mundo descobriu isso. Ensina-nos que não devemos atravessar pontes antes de chegar nelas. Introduza isso nos seus ensinos cristãos, pois o mundo tem razão nesse ponto. . . muitas afirmativas escriturísticas que tratam do mesmo assunto tornaram-se proverbiais — «não vos inquieteis com o dia de amanhã», «basta ao dia o seu próprio mal» . . . Isso re-vela bom senso. . . Basta-me «um passo de cada vez» . . .não permita que seu futuro hipoteque seu presente, assim como você não deve permitir que seu passado hipoteque seu presente.

Spiritual Depression, p. 94,98,9-

Fonte: [Martyn Lloyd-Jones]