Por que Deus decretou o Mal? - Jonathan Edwards

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É algo apropriado e exelente que a infinita glória de Deus resplandeça; e pela mesma razão, é apropriado que o brilho da glória de Deus seja completo; isto é, que todas as partes de sua glória devam resplandecer, que cada beleza deva ser propocionalmente fulgurante, a fim de que aquele que olha tenha uma noção adequada de Deus.

Não é apropriado que uma glória deva ser excessivamente manifesta, e a outra não ...
Assim, é necessário que a aterradora majestade de Deus, sua autoridade e terrível grandeza, justiça e santidade devam ser manifestas.

Mas não deveria ser assim, a menos que o pecado e a condenação tivessem sido decretados; ou o fulgor da glória de Deus seria por demais imperfeito, tanto porque essas partes da glória divina resplandeceriam tanto quanto as outras, e também porque a glória de sua bondade, amor, e santidade seria apática sem elas; não, elas ilustrariam de forma pobre seu fulgor.


Se não for certo que Deus deveria decretar e permitir e punir o pecado, não poderia haver nenhuma manifestação da santidade de Deus pelo ódio ao pecado; ou em, pela sua providência, preferir a piedade [em lugar do pecado]. Não havendo nenhuma manifestação da graça de Deus ou verdadeira bondade, se não houvesse pecado a ser perdoado, ou miséria a ser revertida.


Por mais felicidade que ele concedesse, a sua bondade não seria mais estimada ou admirada...
Assim, o mal é necessário, para felicidade maior da criatura, e a perfeição da manifestação de Deus, para a qual ele fez o mundo; porque a felicidade da criatura consiste no conhecimento de Deus, e no senso de seu amor.
E se o conhecimento dEle é imperfeito, a alegria da criatura deve ser proporcionalmente imperfeita.

Amém!