03:37
Este é o caminho que o Senhor seguiu – M. Lloyd-Jones (1899-1981).

«Ah», dizemos, «a mesma coisa sempre, semana após semana». Essa é a nossa atitude para com nossa vida, e. . . nos exaurimos. . . Se você considera a vida cristã como uma tarefa monótona, está insultando a Deus. ..

Se eu e você chegamos a considerar qualquer aspecto da vida cristãmeramente como uma tarefa e um dever, e se temos que aguilhoar-nos a nós mesmos e rilhar os dentes, a fim de prosseguirmos com ela, digo que estamos insultando a Deus e que esquecemos a própria essência do cristianismo.

A vida cristã não é uma tarefa. Só a vida cristã merece o nome de vida. Só ela é reta e santa e pura e boa. É a espécie de vida que o próprio Filho de Deus viveu. É para ser como Deus .em Sua santidade. Aí está por que devo vivê-la. Não é bem que eu tenha que resolver fazer um grande esforço para levá-la adiante de qualquer jeito. . . Como é que entrei nesta vida — esta vida da qual ando resmungando e me queixando, achando-a pesada e difícil? . . . há somente uma resposta. . . é porque o unigênito Filho de Deus deixou o Céu e veio à terra para a nossa salvação; despojou-se de todas as insígnias da Sua glória eterna e se humilhou nascendo como um nenê e sendo colocado numa simples manjedoura. Suportou por trinta e três anos a vida deste mundo. Foi cuspido e ultrajado. Espinhos Lhe furaram a cabeça, e Ele foi cravado numa cruz, para levar sobre Si o castigo do meu pecado. Assim foi que cheguei à vida cristã.

. . . «Não vos canseis de fazer o bem». Meu amigo, se você pensa na vida cristã. . . com este sentimento de repulsa, ou vendo-a como cansativa tarefa ou obrigação, digo-lhe que volte ao princípio da sua vida, retroceda os passos até àquela porta estreita pela qual você entrou. Olhe para o mundo e para o seu mal e seu pecado, veja o inferno para o qual ele o estava levando, e depois olhe para a frente e dê-se conta de que você está no meio da mais gloriosa campanha na qual alguém já pôde entrar, e que você está percorrendo a mais nobre estrada que o mundo já conheceu.

Spiritual Depression, p. 199-200.
FONTE: http://www.martynlloyd-jones.com

00:30 2
Você e eu não temos que estar olhando nossa vida passada; nunca devemos ficar olhando para qualquer pecado que tenhamos cometido no passado, de modo nenhum, a não ser para louvar a Deus e engrandecer a Sua graça em Cristo Jesus. Eu o desafio a fazer isso. Se você olhar para o seu passado e este o deixar deprimido. . . você deverá fazer o que Paulo fez. «Eu fui blasfemo», disse ele, mas não parou aí. Disse em seguida: «Sou indigno de ser pregador do Evangelho»?

O que na verdade ele diz é exatamente o oposto: «Sou grato para com aquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério». Quando Paulo olha para o passado e vê seu pecado, não fica recolhido, de castigo num cantinho, a dizer: «Não presto para ser cristão; fiz coisas horríveis». Nada disso. O que tudo isso produz nele, o efeito que lhe causa, é levá-lo a louvar a Deus. Ele se gloria na graça de Cristo, e diz: «Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus».

Assim é que você deve encarar o seu passado. Portanto, se você relembrar o seu passado e se sentir deprimido, quer dizer que você está dando ouvidos ao diabo. Mas se você olhar para o passado e disser: «Infelizmente, é verdade que o deus deste mundo me mantinha cego, mas, graças a Deus, a Sua graça foi mais abundante, Ele foi mais que suficiente, e o Seu amor e misericórdia veio sobre mim de tal maneira que tudo foi e está perdoado; sou nova criatura», então está tudo bem.

Esse é o modo certo de considerar o passado; e se não é assim que fazemos, estou quase tentado a dizer que merecemos permanecer em profunda tristeza. Por que crer no diabo, ao invés de crer em Deus? Levante-se e trate de reconhecer a verdade sobre si mesmo, que o passado já era, que você é um com Cristo, que todos os seus pecados foram apagados de uma vez e para sempre. Oh! lembremos que duvidar da Palavra de Deus é pecado, é pecado permitir que o passado, que já recebeu o devido tratamento de Deus, nos roube nossa alegria e nossos serviços úteis, no presente e no futuro.

Spiritual Depression, p. 75,6.

FONTE: http://www.martynlloyd-jones.com

00:12 2
Jonathan Edwards
A ruína que a Queda provocou na alma do homem consiste, em grande parte, no fato de que ele perdeu os princípios mais nobres e amplos, sendo subjugado inteiramente pelo governo do amor-próprio ...

Logo depois da Queda, a mente do homem se reduziu em relação à sua grandeza e extensão primitivas, tornando-se extremamente pequena e limitada ... enquanto, em outros tempos, sua alma se encontrava sob o governo do princípio nobre do amor divino pelo qual era, por assim dizer, expandida para ter um tipo de compreensão de todas as outras criaturas; e não apenas isso, mas também ... estendida até o Criador, e dispersada amplamente naquele oceano infinito ...

Porém, assim que foi cometida a transgressão, esses princípios nobres se perderam imediatamente e toda a amplitude excelente da alma humana desapareceu e, daí por diante, se reduziu até um ponto minúsculo, limitado e preso em si mesmo, excluindo todo o resto. Deus foi abandonado, as outras criaturas foram abandonadas e o homem se retraiu e passou a ser inteiramente governado por princípios restritos e egoístas. O amor-próprio se tornou o senhor absoluto de sua alma, depois que os princípios mais nobres e espirituais pressentiram o perigo e fugiram.

FONTE: http://www.jonathanedwards.com.br

00:07
João Calvino

A palavra de Deus é viva e eficaz - (Hb 4.12). Tudo o que ele diz aqui com relação à eficácia da Palavra é com o propósito de que soubessem que não poderiam desmerecê-la impunemente. É como se dissesse: Sempre que o Senhor se nos acerca com sua Palavra, ele está tratando conosco da forma mais séria, com o fim de mover todos os nossos sentidos mais profundos. Portanto, não há parte de nossa alma que não receba sua influência. Entretanto, antes de darmos um passo adiante, carece que consideremos se o apóstolo está falando da Palavra em termos gerais, ou se ele está fazendo, aqui, uma referência particular àqueles que crêem. E geralmente aceito que a Palavra de Deus não é igualmente eficaz em todos. Ela aplica seu poder nos eleitos, com o fim de humilhá-los através de um genuíno reconhecimento do que na verdade são, para que fujam e se escondam na graça de Cristo. Isso jamais aconteceria, se a Palavra não penetrasse as profundezas do coração.

A hipocrisia, que se acha presente nos admiráveis e infinitamente tortuosos recantos dos corações humanos, deve ser erradicada. Devemos estar não só humildemente dispostos a espicaçar-nos e a afligir-nos, mas também a ser profundamente feridos, para que, prostrados pelo senso da morte eterna, aprendamos a morrer para nós mesmos. Jamais seremos renovados em toda a nossa mente (como Paulo requer em Efésios 4.23) até que nosso velho homem haja sido morto pelo gume dessa espada do Espírito. Eis a razão por que Paulo diz em outro lugar [Fp 2.17] que aqueles que crêem são oferecidos em sacrifício a Deus, visto que não podem ser trazidos à obediência a Deus senão pela morte de seus próprios desejos, bem como não podem ver a luz da sabedoria divina senão pela destruição de sua sabedoria carnal. Tudo isso não pode aplicar-se no caso dos incrédulos. Ou displicentemente desconsideram a Deus quando lhes fala, e dessa forma motejam dele, ou bradam contra sua doutrina e se levantam insidiosamente contra ela. Sendo a Palavrra de Deus semelhante a um martelo, o coração deles é semelhante a uma bigorna, de modo que sua dureza repele os golpes por mais fortes que sejam. Eles se acham muito longe para que a Palavra de Deus penetre neles, até ao ponto de dividir alma e espírito. Desse modo parece que essa cláusula deve restringir-se somente àqueles que crêem, visto que unicamente eles podem ser examinados no mais profundo de seu ser.



Em contrapartida, o contexto do apóstolo revela que este é um princípio geral que se aplica também aos incrédulos. Embora se oponham à Palavra de Deus com um coração de ferro ou de aço, não obstante devem necessariamente ser refreados por seu próprio sentimento de culpa. Riem, é verdade, mas é um riso sardônico, porque sentem como se estivessem sendo sufocados interiormente, e forjam toda espécie de evasivas com o intuito de evitar a aproximação do tribunal de Deus. Por mais indispostos que eles sejam, são arrastados para a presença dessa mesma Palavra que tão veementemente ridicularizam, para que sejam comparados apropriadamente com cães furiosos, que mordem e esganam a corrente a que se acham presos, embora sem qualquer efeito, porque ainda permanecem firmemente acorrentados. Além disso, embora o efeito dessa Palavra talvez não se revele imediatamente, no mesmo dia, contudo o resultado será inevitável, e aquele que a prega descobrirá que a ninguém a pregou em vão. Cristo certamente falou em termos de aplicação geral quando afirmou: "Quando ele vier convencerá o mundo..." [Jo 16.8]. O Espírito exerce esse juízo através da pregação do evangelho.



Finalmente, ainda quando a Palavra de Deus nem sempre manifeste esse poder nos homens, todavia ela, em alguma medida, o possui em si mesma. O apóstolo está discutindo, aqui, acerca da natureza e da função própria da Palavra para o propósito único, a fim de que saibamos que assim que ela soa em nossos ouvidos, nossas consciências são citadas acusativamente diante do tribunal de Deus. É como se dissesse: Se porventura alguém presume que a Palavra de Deus ecoa no vazio, ao ser proclamada, esse tal está fazendo uma grande confusão. Essa Palavra é algo vivo e cheio de poder secreto, a qual não deixa nada no homem que não seja tocado. A suma de tudo isso é que tão logo Deus abra seus santos lábios, todos os nossos sentidos também devem abrir-se para receber sua Palavra, porque não faz parte de sua vontade permitir que suas palavras sejam semeadas em vão, nem tampouco feneçam ou desapareçam no solo da vida, senão que desafiem eficazmente as consciências humanas, até que as tragam jungidas ao seu domínio. Ele, pois, dotou sua Palavra com tal poder, para que a mesma perscrute cada área de nossa alma, para revelar os escrutínios dos pensamentos, para decidir entre as afeições e para manifestar-se como juiz.



Aqui surge uma nova questão, se essa Palavra deve ser considerada como sendo a lei ou o evangelho. Os que entendem que o apóstolo está falando da lei, evocam estes testemunhos paulinos: que é um ministério de morte; que é a letra que mata [2 Co 3.6-7]; que não opera outra coisa senão ira [Rm 4.15], e outros da mesma natureza. Mas aqui o apóstolo realça seus efeitos divergentes. E, por assim dizer, um gênero de matança que faz viva a alma, e que se dá através do evangelho. Devemos entender, pois, que quando o apóstolo diz que ela é viva e eficaz, ele está a referir-se à doutrina geral de Deus. Paulo dá testemunho de tal efeito [2 Co 2.16], dizendo que de sua pregação exala um odor de morte para a morte daqueles que não crêem, bem como de vida para a vida dos fiéis, de modo que jamais fala em vão, sem que conduza alguns à salvação, compelindo outros à destruição. Esse é o poder de atar e desatar que o Senhor conferiu a seus apóstolos [Mt 18.18]. Esse é o poder do Espírito no qual Paulo se gloria [2 Co 10.4]. Aliás, ele jamais nos promete salvação em Cristo sem, em contrapartida, pronunciar vingança sobre os incrédulos que, ao rejeitarem a Cristo, trazem morte sobre si próprios.



Além do mais, é mister que observemos que o apóstolo, aqui, está a discutir a Palavra de Deus que nos é comunicada pelo ministério dos homens. São dementes e mesmo danosas todas as noções de que, não obstante a Palavra interna ser certamente eficaz, aquela que emana dos lábios humanos é morta e carente de qualquer efeito. Admito que a eficácia certamente não flui da língua humana, nem consiste em seu próprio som, senão que deve ser atribuída totalmente ao Espírito Santo; no entanto não impede o Espírito demanifestar seu poder na Palavra que é proclamada. Porque Deus mesmo não fala senão através dos homens; ele toma grande cuidado para que sua doutrina não seja recebida com descaso por seus ministros serem homens. E assim, quando Paulo diz que o evangelho é o poder de Deus [Rm 1.16], deliberadamente distinguiu sua própria pregação com tal honra, a qual o apóstolo percebeu ser aprovada por alguns e rejeitada por outros. Ao ensinar-nos em outro lugar [Rm 10.8-10] que a salvação nos é conferida pelo ensinamento proveniente da fé, ele expressamente diz que essa é a doutrina que é anunciada. Vemos que Deus sempre recomenda publicamente a doutrina que nos é ministrada pelo esforço humano, com o propósito de induzir-nos a recebê-la com reverência.



Ao dizer que a Palavra é viva, é preciso entender tal expressão "em ralação aos homens". Isso se faz ainda mais evidente à luz do segundo adjetivo. Ele mostra que espécie de vida ela possui ao prosseguir chamando-a eficaz. O objetivo do apóstolo era ensinar-nos o gênero de utilidade que a Palavra tem para nós. A Escritura faz uso da metáfora da espada em outras passagens, o apóstolo, porém, não se contenta com uma simples comparação. Ele diz que a Palavra de Deus é mais cortante que qualquer espada; aliás, uma espada de dois gumes, porque em sua época era freqüente o caso de espadas que só cortavam de um lado, e do outro não.



Penetra até... etc. O substantivo alma amiúde significa o mesmo que espírito, mas quando são ambos associados, a primeira inclui todas as afeições, enquanto que o último indica a faculdade a que chamam intelectual. Assim também em 1 Tessalonicenses 5.23, quando Paulo ora a Deus para que guardasse o espírito, a alma e o corpo deles incorruptíveis até à vinda de Cristo, ele quer dizer simplesmente que permanecessem puros e santos em sua mente e vontade e ações exteriores. Semelhantemente, quando Isaías diz [26.9]; "Com minha alma suspiro de noite por ti, e com o meu espírito dentro em mim", certamente que sua intenção era que seu esforço em buscar a Deus era tão profundo, que aplicava sua mente tanto quanto seu coração a tal intento. Estou consciente de que há aqueles que apresentam uma interpretação diferenciada. Mas espero que toda pessoa sensível esteja disposta a concordar comigo.



Voltemos à passagem que ora estamos a considerar. A Palavra de Deus penetra ao ponto de dividir alma e espírito. Significa que ela testa toda a alma de uma pessoa. Ela explora seus pensamentos e sonda sua vontade e todos os seus desejos. O mesmo significado se acha implícito na frase juntas e medulas. Significa que não há nada tão difícil ou sólido numa pessoa, nada tão profundamente oculto que a eficácia da Palavra não penetre até lá. Isso é o que Paulo diz em 1 Coríntios 14.24, ou seja: que a profecia tem o poder de convencer e julgar os homens, a fim de que os segredos docoração se manifestem. Visto que a função de Cristo é descobrir e trazer a lume os pensamentos que fluem dos recessos mais profundos do coração, em grande medida ele o faz através do evangelho.


A Palavra de Deus, portanto, é Kp itikóç (=discernidora), porque traz à mente humana a luz do conhecimento, como se a tirasse de um labirinto onde jazia outrora enredada. Não há trevas mais densas do que a incredulidade, e a hipocrisia nos cega de uma forma terrificante. A Palavra de Deus dissipa tais trevas e faz a hipocrisia bater em retirada. É daqui que emana o discernimento e o juízo que o apóstolo menciona, visto que os vícios que se ocultam sob a falsa fachada de virtudes começam agora a descortinar-se e sua aparência se desvanece. Ainda quando os réprobos fiquem por algum tempo ocultos em seus covis, descobrirão que até mesmo ali a luz da Palavra finalmente penetrou, de modo que não podem escapar do juízo divino. Daqui se ergue seu lamento e deveras seu furor, porquanto se não forem estremecidos pela Palavra, jamais perceberiam sua loucura. Tentam escapar ou evadir-se e evitar seu poder, ou ainda procedem como se não a tenham notado. Mas Deus não permite que logrem sucesso. Portanto, enquanto caluniam ou injuriam a Palavra de Deus, admitem, embora a contra gosto ou relutantemente, que sentem seu poder em seu íntimo.

Fonte: [O calvinista]

00:03 1
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
A salvação do homem é vista pelas religiões do mundo inteiro apenas de dois modos: o homem é salvo pelos seus méritos ou pela graça de Deus. A salvação é um caminho aberto pelo homem da terra ao céu ou é resultado do caminho que Deus abriu do céu à terra. O homem constrói sua própria salvação pelo seu esforço ou recebe a salvação como dádiva imerecida da graça divina. Não existe um caminho alternativo nem uma conexão que funde esses dois caminhos. É impossível ser salvo ao mesmo tempo pelas obras e pela graça; chegar ao céu pelo merecimento próprio e ao mesmo tempo através de Cristo.

A soberana graça de Deus é o único meio pelo qual podemos ser salvos. Os reformadores ergueram a bandeira do Sola Gratia, em oposição à pretensão do merecimento humano. Queremos destacar quatro pontos importantes no trato dessa matéria.

1. A graça de Deus é um favor concedido a pecadores indignos. Deus não nos amou, escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em Deus; não está no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Deus não nos amou porque éramos receptivos ao seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque praticávamos boas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a obediência.

2. A graça de Deus é concedida não àqueles que se julgam merecedores, mas àqueles que reconhecem que são pecadores. Aqueles que se aproximam de Deus com altivez, cheios de si mesmos, ostentando uma pretensa espiritualidade, considerando-se superiores e melhores do que os demais homens, são despedidos vazios. Porém, aqueles que batem no peito, cônscios de seus pecados, lamentam sua deplorável condição e se reconhecem indignos do amor de Deus, esses encontram perdão e justificação. A graça de Deus não é dada ao homem como um prêmio, é oferta imerecida; não é um troféu de honra ao mérito que o homem ostenta para a sua própria glória, mas um favor que recebe para que Deus seja glorificado.

3. A graça de Deus não é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da graça. Graça e obras estão em lados opostos. Não podem caminhar pela mesma trilha como a causa da salvação. Aqueles que se esforçam para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que recebem a salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus com suas obras. A salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, independente das obras. As obras trazem glória para o homem; a graça exalta a Deus. A graça desemboca nas obras e as obras proclamam e atestam a graça. As obras são o fruto e a graça a raiz. As obras são a consequência e a graça a causa. As obras nascem da graça e a graça é refletida através das obras.

4. A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras. A salvação que a graça traz em suas asas é recebida pela fé e não por meio das obras. Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de Deus. A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela graça. O apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos Efésios: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).

Fonte: Palavra da Verdade



"Sola gratia" (somente a graça. A salvação é decorrente única e exclusivamente da graça divina, sem nenhum merecimento
por parte da humanidade decaída e pecadora)

00:20
James Montgomery Boice

Se a morte de Cristo na cruz é o verdadeiro significado de sua encarnação, não existe evangelho sem a cruz. O nascimento de Cristo, por si mesmo, não é a essência do evangelho. Mesmo a ressurreição, embora seja importante no plano geral da salvação, não é o cerne do evangelho. As boas-novas não consistem apenas no fato de que Deus se tornou homem, ou de que Ele falou com o propósito de revelar-nos o caminho da vida, ou de que a morte, o grande inimigo, foi vencida. As boas novas estão no fato de que Deus lidou com nosso pecado (do que a ressurreição é uma prova); que Jesus sofreu o castigo como nosso Representante, de modo que nunca mais tenhamos de sofrê-lo; e que, por isso mesmo, todos os que crêem podem antegozar o céu. Gloriar-se na Pessoa e nos ensinos de Cristo somente é possível para aqueles que entram em um novo relacionamento com Deus, por meio da fé em Jesus como seu Substituto.

A ressurreição não é apenas uma vitória sobre a morte, mas também uma prova de que a expiação foi satisfatória aos olhos do Pai (Rm 4.25) e de que a morte, o resultado do pecado, foi abolida por causa desta satisfação.

Qualquer evangelho que proclama somente a vinda de Cristo ao mundo, significando a encarnação sem a expiação, é um falso evangelho. Qualquer evangelho que proclama o amor de Deus sem ressaltar que seu amor O levou a pagar, na pessoa de seu Filho, na cruz, o preço final pelos nossos pecados, é um falso evangelho. O verdadeiro evangelho é aquele que fala sobre o .único Mediador. (1 Tm 2.5-6), que ofereceu a Si mesmo por nós.

E, assim como não pode haver um evangelho que não apresenta a expiação como o motivo para a encarnação, assim também sem a expiação não pode haver vida cristã. Sem a expiação, o conceito de encarnação facilmente se degenera num tipo de deificação do homem, levando- o a arrogância e auto-exaltação. E além disso, com a expiação (ou sacrifício) como a verdadeira mensagem da vida de Cristo e, por conseguinte, também da vida do cristão, quer homem ou mulher, esta deverá conduzi-lo à humildade e ao auto-sacrifício em favor das reais necessidades de outros.

A vida cristã não demonstra indiferença àqueles que estão famintos e doentes ou têm qualquer outra dificuldade. A vida cristã não consiste em contentar-nos com as coisas que temos, ou com um viver da classe média, desfrutando de uma grande casa, carros novos, roupas finas e boas férias, ou com uma boa formação educacional, ou com a riqueza espiritual de boas igrejas, Bíblias, ensino correto das Escrituras, amigos ou uma comunidade cristã. Pelo contrário, a vida cristã envolve a conscientização de que outros carecem de tais coisas; portanto, precisamos sacrificar nossos próprios interesses, para nos identificarmos com eles, comunicando-lhes cada vez mais a abundância que desfrutamos... Viveremos inteiramente para Cristo somente quando estivermos dispostos a empobrecer, se necessário, para que outros sejam ajudados.

_______________________
FONTE: Editora Fiel

00:12
Outra tradução (do Salmo 73.28) podia ser esta: «quanto a mim bom é estar junto a Deus» ... A sua maior ambição vem a ser precisamente esta: ficar perto de Deus. ... Todos nós estamos ou longe ou perto de Deus ... de sorte que é vitalmente importante que cheguemos à resolução tomada por este homem, de ficar perto de Deus.

... o que tomava o lugar de primazia em sua mente era algo parecido com isto. Revisando sua triste experiência chegou à conclusão de que o que realmente havia de errado com ele ... era simplesmente o fato de que ele não se mantinha perto de Deus. Ele tinha pensado que era o fato de que os ímpios pareciam prosperar enquanto que ele só experimentava dificuldades.

Mas agora, havendo recebido no santuário de Deus a iluminação necessária, ele vê com toda a clareza que não era essa, de modo nenhum, a causa radical do seu problema. Só uma coisa importa: é a relação do homem com Deus. Se estou perto de Deus, diz este homem, realmente não importa o que me aconteça; mas se estou longe de Deus, nada pode andar bem, em última análise...

Este é o princípio e o fim da sabedoria na vida cristã. No instante em que nos movemos para longe de Deus, tudo vai mal. O segredo por excelência é ficar perto de Deus. Quando falhamos, somos qual navio que, em alto mar, perde de vista a estrela polar, ou cuja bússola deixa de funcionar bem. Se perdermos nossos pontos de apoio, não devemos ficar surpresos ante as consequências. É isso que este homem descobriu: «É isto de que eu preciso», diz ele; «não das bênçãos, não da prosperidade que outras pessoas têm. ... Portanto, tomo a seguinte resolução: De minha parte, vou viver perto de Deus. Será sempre essa a coisa mais importante de minha vida. Cada dia que vai chegando vai se iniciar com esta convicção. Direi a mim mesmo: Haja o que houver, o que é de essencial valia é estar perto de Deus.»

Faith on Trial, p. 117,18.

Fonte: Josemar Bessa

00:06
"Castigá-la-ei pelos dias dos baalins, nos quais lhes
queimou incenso, e se adornou com as suas arrecadas
e com as suas jóias, e andou atrás de seus amantes,
mas de mim se esqueceu ", diz o SENHOR.

OSÉIAS2.13

Embora haja somente um Deus e somente uma fé verdadeira, a saber, a que é ensinada na Bíblia, nosso mundo apóstata (Rm 1.18-25) sempre esteve cheio de religiões, e o antiquíssimo impulso em direção ao sincretismo, pelo qual aspectos de uma religião assimilam-se a outra, mudando assim ambas, ainda está entre nós. Na realidade, ele revive de forma alarmante em nosso tempo por meio da renovada busca acadêmica de uma unidade transcendente de religiões e o desabrochar do amálgama popular das ideias do Oriente e do Ocidente, que se autodenomina Nova Era.

Esta pressão não é nova. Tendo ocupado Canaã, Israel era constantemente tentado a introduzir o culto cananita dos deuses e deusas da fertilildade no culto de Yahweh, e a fazer imagens do próprio Yahweh — mudanças ambas proibidas pela lei (Êx 20.3-6). A questão espiritual era se os israelitas se lembrariam de que Yahweh, o Deus do pacto, era plenamente suficiente para eles, e além disso reivindicava sua fidelidade exclusiva, de sorte que adorar outros deuses era adultério espiritual (Jr 3; Ez 16; Os 2). Este foi um teste em que a nação falhou grandemente.

De modo semelhante, o sincretismo foi muito difundido e aprovado no primeiro século do império romano, em que predominava o politeísmo e em que floresceu toda sorte de cultos. Os mestres cristãos lutaram muito para manter a fé a salvo de ser assimilada pelo gnosticismo (uma espécie de teosofia em que não havia lugar para a encarnação e a expiação, uma vez que, para ela, o problema do homem era a ignorância, não o pecado), e mais tarde pelo neoplatonismo e pelo maniqueísmo, ambos os quais, como o gnosticismo, viam a salvação no expediente da separação física do mundo. Estes conflitos foram relativamente bem-sucedidos, e as formulações clássicas do credo sobre a Trindade e a Encarnação são parte de seu permanente legado.

A Escritura é rigorosa a respeito do mal de praticar a idolatria. Os ídolos são escarnecidos como ilusórios, não existentes (SI 115-4-7; Is 44.9-20), mas escravizam seus adoradores em uma superstição cega (Is 44.20), que significa infidelidade perante Deus (Jr 2), e Paulo acrescenta que os demônios operam por intermédio dos ídolos, fazendo deles uma ameaça espiritual concreta; o contato com os falsos deuses somente corrompe (1 Co 8.4-6; 10.19-21). Em nossa cultura ocidental pós-cristã, que está preparada para preencher o vazio espiritual que as pessoas sentem ao voltar-se com simpatia para o sincretismo, a feitiçaria e os experimentos com o ocultismo, as advertências bíblicas contra a idolatria precisam ser tomadas com sensibilidade (cf. 1 Co 10.14; 1 Jo 5.19-21).

FONTE: http://www.josemarbessa.com

00:48 2
  O evangelho de Jesus Cristo confronta e desafia o mundo moderno com a declaração de que somente o evangelho tem a resposta para todas as perguntas do homem, bem como a solução para todos os seus problemas. Em um mundo que procura saída para suas tragédias e tubulações, o evangelho anuncia que a solução já se acha disponível. Em um mundo que olha ansiosamente para o futuro e que fala em planos relativos a ele, o evangelho proclama que esta busca por outra saída não apenas está errada quanto à sua direção, como também é inteiramente desnecessária. O evangelho denuncia o hábito fatal de colocarmos as nossas esperanças em algo que virá a acontecer e afirma que tudo quanto é necessário para os homens, individual e coletivamente, já foi posto à disposição da humanidade há quase dois mil anos. Pois, a mensagem central do evangelho para os homens é que tudo quanto é mister para a salvação deles se encontra na pessoa de Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus. O evangelho proclama que Cristo é a revelação plena e final de Deus. Em Cristo, em sua vida e em seus ensinamentos vemos aquilo que o homem deve ser e qual o tipo de vida que ele deve viver. Na morte de Cristo sobre a cruz, podemos ver o pecado do mundo finalmente desmascarado e condenado. Através de sua morte, vemos o único meio pelo qual o homem pode reconciliar-se com Deus. E exclusivamente dEle que podemos receber vida nova, obtendo um novo começo. Somente quando recebemos dEle o poder, então podemos viver aquela vida que Deus tencionou que vivêssemos.

  De fato, o evangelho vai mais adiante e assegura-nos que Cristo está assentado à mão direita de Deus, em poder reinante, e que continuará a reinar até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. O evangelho proclama que chegará o tempo quando, ao nome de Jesus, se dobrará "todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra" (Fp. 2.10). Portanto, o evangelho de Jesus Cristo confronta o homem, exorta-o a arrepender-se dos seus pecados e a olhar para aquela Pessoa sem par, que esteve nesta terra há quase dois mil anos passados, a única em quem se pode achar a salvação.

  No entanto, todos temos consciência de que a expiação operada por Cristo, conforme apresentada nas Escrituras, é altamente desagradável para a mente moderna. Não existe razão tão freqüentemente apresentada, como explicação para a rejeição do evangelho, quanto o fato de que ele é antiqüíssimo. Em geral, as pessoas deste século consideram que os crentes se acham nessa posição ou por serem lamentavelmente ignorantes ou, então, por se terem tornado retrógrados e se recusarem a enfrentar os fatos. Para o homem moderno, nada é tão ridículo como a sugestão de que tudo quanto ele precisa hoje em dia, é de algo que vem sendo continuamente oferecido à humanidade por quase dois mil anos. Na realidade, o homem moderno recebe como insulto a afirmação de que, apesar de todo o seu conhecimento, progresso e sofisticação, espiritualmente falando ele permanece precisamente na mesma condição na qual têm estado todos os homens, através da longa história da humanidade. Ele supõe que qualquer coisa que seja muito antiga não pode ser adequada para satisfazer as necessidades da situação moderna. Por esse motivo, a vasta maioria das pessoas nem ao menos pára, a fim de considerar o evangelho. Argumentam elas que algo tão antigo não pode ser relevante para os nossos dias.

Fonte: [Martyn Lloyd-Jones]

00:08 1
 Não é suficiente ser uma boa pessoa.

   Primeiro, você não deve ser tão bom quanto pensa. Nós todos parecemos bons a uma certa distância. Você não comete grandes pecados, você não mata, não rouba, talvez não comete adultério. Olhando de longe talvez você pense que é uma boa pessoa. Mas se olharmos sua vida de perto veremos que você não é tão bom quanto pensa.
   As pessoas que vivem com você, poderiam fazer uma lista de como você é, egoísta, raivoso, ciumento, mentiroso. E se você adicionar a isso as coisas que as pessoas não veêm. As coisas que você pensa, sente, e faz em secreto. De fato, a verdade é que você não é tão bom assim. Ninguém é tão bom quanto parece olhando por fora.

   Segundo, Deus é muito mais santo do que pensamos. Deus é perfeito e Ele odeia o pecado. Na Bíblia, vemos que quando alguém se aproxima da presença de Deus, ele fica aterrorizado. É doloroso ficar perto de Sua santidade.
   Nunca seremos santos o suficiente para estarmos na presença desse Deus, só por causa de nossas boas ações. Mesmo se nós pudéssemos ser muito bons a partir desse momento, ainda há um milhão de coisas que fizemos no passado, nos desqualificam a estarmos na presença de Deus. Você precisa ser perdoado, precisa ser justificado. É isso o que a Bíblia diz que aconteceu com aqueles que colocam sua fé em Cristo. Ele levou nossos pecados em si mesmo na cruz. E Ele nos deu sua perfeita justiça como um presente gratuito. Então, quando Deus olha pra mim, Ele não vê o quanto sou bom, mas Ele vê que estou conectado com Jesus pela fé. E Ele vê que eu tenho Jesus, e que Jesus é bom e santo. Mas eu nunca vou conseguir ficar na presença de Deus com com minha própria bondade.
____________________
Am i really a christian?
by Mike McKinley

Tradução: A.M.E Cristo
amecristo.com

00:08 4
John MacArthur
Muito do evangelismo contemporâneo é lamentavelmente deficiente em confrontar as pessoas com a realidade de seu pecado pessoal. Os pregadores oferecem facilidade, alegria, satisfação, e tantas outras coisas boas. Aos crentes de hoje se lhes ensina que tudo o que têm a fazer é descobrir quais as carências psicológicas das pessoas, e oferecer-lhes Jesus como panacéia para o problema, seja ele qual for. E é fácil conseguir convertidos, pois as pessoas estão procurando solução rápida para as suas carências. Todavia, se isso for tudo o que fizermos, não estaremos realizando uma evangelização legítima.

Na evangelização, temos de tomar o pecador e medi-lo à luz da perfeita Lei de Deus, a fim de que ele possa ver sua deficiência. Um evangelho que trata tão somente da necessidade humana, dos problemas humanos, dos sentimentos humanos, carece do verdadeiro equilíbrio.
O padrão da revelação divina confirma a importância de cada pessoa compreender sua própria pecaminosidade. Em Romanos, Paulo gasta três capítulos inteiros declarando a pecaminosidade do homem, antes mesmo de falar sobre o caminho da salvação. A Lei sempre precede a graça: Ela é o preceptor que nos leva a Cristo (Gl 3.24). Sem a Lei e o efeito que Deus designou que ela tenha sobre nós, a graça não tem sentido. E sem uma compreensão da realidade e da gravidade do pecado, não pode haver redenção. Não há sentido em se expor a graça a alguém que não conheça a exigência divina de que sejamos justos. O evangelho da graça não pode ser pregado a quem não ouviu que Deus exige obediência e castiga a desobediência.

É preciso que reajustemos nossa apresentação do evangelho. Não podemos negar o fato de que Deus odeia o pecado e castiga os pecadores com tormento eterno. Como podemos iniciar nossa apresentação do evangelho dizendo às pessoas que estão a caminho do inferno que Deus tem um plano maravilhoso para as suas vidas? As Escrituras dizem: Deus… sente indignação todos os dias (Sl 7.11). Um Deus santo, justo e puro não pode tolerar o mal.

Retirado do livro: O Evangelho Segundo Jesus; pág 112, 113, 114

01:32 1
John Kennedy
Em tempos como o nosso é fácil alguém parecer fanático, se mantém uma firme convicção sobre a verdade e quando se mostra cuidadoso em ter certeza de que sua esperança procede do céu. Nenhum crente pode ser fiel e verdadeiro nesses dias, sem que o mundo lhe atribua a alcunha de fanático. Mas o crente deve suportar esse título. É uma marca de honra, embora a sua intenção seja envergonhar. É um nome que comprova estar o crente vinculado ao grupo de pessoas das quais o mundo não era digno, mas que, enfrentando a ignomínia por parte do mundo, fizeram mais em benefício deste do que todos aqueles que viviam ao seu redor. O mundo sempre sofre por causa dos homens que honra. Os homens que trazem misericórdia ao mundo são os que ele odeia.

Sim! Os antigos reformadores eram homens fanáticos em sua época. E foi bom para o mundo eles terem sido assim. Estavam dispostos a morrer, mas não comprometeriam a verdade. Submeter-se-iam a tudo por motivo de consciência, mas em nada se sujeitariam aos déspotas. Sofreriam e morreriam, mas temiam o pecado. Esse fanatismo trouxe liberdade para a sua própria terra natal, como bem demonstra o exemplo dos reformadores escoceses. O legado deixado por esses homens . cujo lar eram as cavernas na montanha e cuja única mortalha era a neve, que com freqüência envolvia seus corpos quando morriam por Cristo . é uma dádiva mais preciosa do que todas as oferecidas por reis que ocuparam o trono de seus países ou por todos os nobres e burgueses que possuíam suas terras. Sim, eles eram realmente fanáticos, na opinião dos zombadores cépticos e perseguidores cruéis; e toda a lenha com a qual estes poderiam atear fogueiras não seria capaz de queimar o fanatismo desses homens de fé.
Foram esses implacáveis fanáticos, de acordo com a estimativa do mundo, que encabeçaram a cruzada contra o anticristo, quando na época da Reforma desceu fogo do céu e acendeu em seus corações o amor pela verdade. Esses homens, através de sua inabalável determinação, motivados por fé viva, venceram em épocas de severas provações, durante as quais eles ergueram sua bandeira em nome de Cristo. Um lamurioso Melanchthon teria barganhado o evangelho em troca de paz. A resoluta coragem de um Lutero foi necessária para evitar esse sacrifício. Em todas as épocas, desde o início da igreja, quando a causa da verdade emergiu triunfante sobre o alarido e a poeira da controvérsia, a vitória foi conquistada por um grupo de fanáticos que se comprometeram solenemente na defesa dessa causa.
Existe hoje a carência de homens que o mundo chame de .fanáticos.. Homens que possuem pulso fraco e amor menos intenso pouco farão em benefício da causa da verdade e dos melhores interesses da humanidade. Eles negociarão até sua esperança quanto à vida por vir em troca da honra proveniente dos homens e da tranqüilidade resultante do comprometimento do evangelho. Há muitos homens assim em nossos dias, mesmo nas igrejas evangélicas e na linha de frente do evangelicalismo; homens que se gloriam de uma caridade indiscriminada em suas considerações, de um sentimento que rejeita o padrão que a verdade impõe; homens que aprenderam do mundo a zombar de toda a seriedade, a queixarem- se da escrupulosidade de consciência e a escarnecer de um cristianismo que se mantém através da comunhão com os céus! Esses têm os seus seguidores. Um amplo movimento emergiu afastado do cristianismo vital, de crenças fixas e de um viver santo. As igrejas estão sendo arrastadas nessa corrente. Aproxima- se rapidamente o tempo em que as únicas alternativas serão ou a fé viva ou o cepticismo declarado.

Uma violenta maré se abate sobre nós nessa crise, e poucos mostram-se zelosos em resistir. Não podemos prever qual será o resultado nas igrejas, nas comunidades e nos indivíduos, tampouco somos capazes de tentar conjeturá-lo sem manifestar sentimentos de tristeza. Contudo, uma vitória segura é o destino da causa da verdade. E, até que chegue a hora de seu triunfo, aqueles que atrelaram seus interesses à carruagem do evangelho perceber ão que fazem parte de um grupo que está diminuindo, enquanto avançam até àquele dia; seu sentimento de solidão se aprofundará, enquanto seus velhos amigos declinarão à negligência, a indiferença se converterá em zombaria, e as lamúrias se transformar ão em amarga inimizade. Eles levarão adiante a causa da verdade somente em meio aos escárnios dos incrédulos e às flechas dos perseguidores.
Mas nenhum daqueles que amam a verdade . aqueles cujos olhos sempre descansaram na esperança do evangelho . deve acovardado fugir das provações. Perecer lutando pela causa da verdade significa ser exaltado no reino da glória. Ser massacrado até à morte, pelos movimentos de perseguição, significa abrir a porta da prisão, para que o espírito redimido passe da escravidão ao trono. Em sua mais triste hora, aquele que sofre por causa da verdade não deve recusar a alegria que os lampejos da mensagem profética trazem ao seu coração, quando brilham através das nuvens de provação. O seu Rei triunfará em sua causa na terra e seus amigos compartilharão da glória dEle. Todas as nações sujeitar-se-ão ao seu domínio. As velhas fortalezas de incredulidade serão aniquiladas até ao pó. A iniqüidade esconderá sua face envergonhada. A verdade, revelada dos céus, receberá aceitação universal e será gloriosa no resplendor de seu bendito triunfo aos olhos de todos.

Fonte: Editora Fiel

00:15
John Randon

Um soldado mortalmente ferido na Batalha de Bunker’s Hill (1775), durante a Guerra da Independência Americana, escreveu à sua esposa na Inglaterra, pouco antes de morrer, a seguinte carta:

Meu querido amor,

Antes que recebas estas linhas, a morte cruel já me terá varrido do palco da vida. Nunca mais repousarás nestes braços; nem estes olhos, que agora mergulham nas sombras da morte, poderão vislumbrar tua gentil figura ou encher-se de encantamento, ao contemplar-te em companhia de nossos queridos filhos.

Ontem, entramos em obstinado e sangrento combate, onde muitos dos nossos foram feridos ou mortos. Recebi dois balaços, um na virilha e outro no peito. Estou tão fraco com a perda de sangue, que mal posso escrever-te estas poucas linhas, último tributo de meu amor imutável por ti. O cirurgião informou-me que três horas são o máximo que poderei sobreviver.

Quando viajava da Inglaterra para a América dispus-me a ler a Bíblia, por ser esse o único livro que possuía. Pela doce atração de sua graça, o Onipotente Pai de toda a humanidade se deleitou em atrair meu coração a Ele mesmo, iluminando, para isso, a minha mente.

Em nosso regimento, havia um cabo que professava a verdadeira fé cristã. Eu não tinha conhecimento de sua existência, até certa noite em que, através de oração fervorosa, pedi a Deus que me guiasse pelos caminhos da paz. Enquanto dormia, sonhei com esse homem e me dirigi a ele, chamando-o pelo nome, que era Samuel Pierce. O sonho impressionou-me tanto, que na manhã seguinte procurei informar-me se no regimento havia alguém com esse nome; e, atônito, fui encontrá-lo. Contei-lhe meu sonho, que o agradou muito. Nasceu entre nós uma forte amizade, e logo ele se deleitava em contar-me do grande amor de Deus pelos homens, em ter dado seu filho Jesus Cristo para derramar o seu sangue e morrer pela humanidade. Ele desvendou, diante de mim, os mistérios da salvação, a natureza do novo nascimento, a grande necessidade de santidade de coração e vida; e, resumindo, tornou-se meu pai espiritual. A ele, pela graça de Deus, devo todo o bem que conheço. Meu querido amor, desejo que conheças este abençoado modo de vida.

Logo que aportamos, aprouve a Deus falar de paz ao meu coração. Oh! Que encantamento, que alegria perene senti, através do sangue do Cordeiro! Agora, anseio contar ao mundo inteiro o que Jesus fez por mim. E como desejo, com grande ardor, meu bem, ser capaz de levar-te a sentir e conhecer o amor de Deus em Cristo Jesus! Daria o mundo para estar contigo e informar-te sobre a pérola de grande preço.

Meu querido amor, como não nos veremos mais neste vale de lágrimas, deixa-me expor-te este último desejo: se algum dia fui querido por ti, suplico-te que não negligencies este último conselho de teu marido, que está morrendo, isto é: rende-te a Deus. Lê a Bíblia e bons livros, freqüenta os cultos de um povo chamado evangélico; e que Deus te guie em seus caminhos.

Esforça-te por criar nossos filhos no temor do Senhor. Não prendas o teu coração às coisas vãs e materiais deste mundo. O céu e o amor de Deus são as únicas coisas que demandam nosso coração e merecem possuí-lo.

És ainda jovem e não posso desejar que, estando eu frio debaixo da terra, não te cases novamente. Mas deixa-me dar-te um conselho: não te cases com alguém, por mais simpático ou rico que seja, que não ame e tema a Deus; esta é a única coisa necessária.

Fui um marido mau para ti, um filho desobediente para meus pais, um rebelde para Deus. Que Deus tenha misericórdia de mim, pecador! Morro em paz com todo o mundo. Morro na plena segurança da glória eterna. Mais uns momentos, minha alma se juntará às fileiras dos espíritos desencarnados, na grande assembléia da Igreja do Unigênito, que está estabelecida no céu. Meu único amor, eu te peço, eu te peço, eu te imploro, eu te suplico que venhas ter comigo no reino da glória! Ó! corre para os braços, uma vez ensangüentados, de Jesus. Clama por Ele, dia e noite, e Ele te ouvirá e te abençoará!

A vida de um soldado é sangue e crueldade; a de um marinheiro, perigo e morte. A vida de uma cidade é cheia de confusão e lutas; a vida de um país é carregada de labor e fadiga, porém, o maior de todos os males provém de nossa própria natureza pecadora. O mundo, por si mesmo, até agora, nunca tornou ninguém feliz. Somente Deus é a ventura de uma alma justa. Ele está presente em toda a parte, e a Ele temos livre acesso em todos os lugares. Aprendei, pois, queridos filhos, quando crescerdes, a procurar a felicidade permanente em Deus, através do Redentor Crucificado.

Meu querido amor, mais eu diria, porém a vida se me esvai. Meus sentimentos cessam de executar suas funções. Anjos de luz rodeiam a relva ensangüentada em que estou deitado, prontos a escoltar-me para os braços de meu Jesus. Santos curvados mostram-me minha brilhante coroa e acenam-me de longe. Sim, penso que meu Jesus me convida a ir. Adeus, adeus, querido amor.

FONTE: Editora Fiel

00:12
É algo apropriado e exelente que a infinita glória de Deus resplandeça; e pela mesma razão, é apropriado que o brilho da glória de Deus seja completo; isto é, que todas as partes de sua glória devam resplandecer, que cada beleza deva ser propocionalmente fulgurante, a fim de que aquele que olha tenha uma noção adequada de Deus.

Não é apropriado que uma glória deva ser excessivamente manifesta, e a outra não ...
Assim, é necessário que a aterradora majestade de Deus, sua autoridade e terrível grandeza, justiça e santidade devam ser manifestas.

Mas não deveria ser assim, a menos que o pecado e a condenação tivessem sido decretados; ou o fulgor da glória de Deus seria por demais imperfeito, tanto porque essas partes da glória divina resplandeceriam tanto quanto as outras, e também porque a glória de sua bondade, amor, e santidade seria apática sem elas; não, elas ilustrariam de forma pobre seu fulgor.


Se não for certo que Deus deveria decretar e permitir e punir o pecado, não poderia haver nenhuma manifestação da santidade de Deus pelo ódio ao pecado; ou em, pela sua providência, preferir a piedade [em lugar do pecado]. Não havendo nenhuma manifestação da graça de Deus ou verdadeira bondade, se não houvesse pecado a ser perdoado, ou miséria a ser revertida.


Por mais felicidade que ele concedesse, a sua bondade não seria mais estimada ou admirada...
Assim, o mal é necessário, para felicidade maior da criatura, e a perfeição da manifestação de Deus, para a qual ele fez o mundo; porque a felicidade da criatura consiste no conhecimento de Deus, e no senso de seu amor.
E se o conhecimento dEle é imperfeito, a alegria da criatura deve ser proporcionalmente imperfeita.

Amém!

00:03
Aqui, passamos a conhecer a Deus e a nós mesmo.
Meditemos um instante sobre a paixão de Cristo… a verdadeira contemplação é aquela em que o coração é esmagado e a consciência é ferida… Você deve ser dominado pela terrível ira de Deus, que odeia tanto o pecado que não poupou o seu Filho Unigênito. Se o Filho amado foi tão afligido, o que será do pecador? Deve ser um desejo indescritível e insuportável que faz com que o Filho de Deus a si mesmo se entregue para o sofrimento. Reflita sobre isso e você vai tremer, e quanto mais você refletir, o mais profundo você vai tremer.
O valor da meditação nos sofrimentos de Cristo reside no fato de que o homem deve chegar ao conhecimento de si mesmo, afundar-se e tremer. Se você está tão endurecido a ponto de não tremer, então você tem motivos para temer. Peça a Deus que amoleça seu coração e faça frutificar a sua meditação sobre o sofrimento de Cristo, porque nós mesmos somos incapazes de uma reflexão adequada, se Deus não incutir-la. O mais maravilhoso é a excelência do seu amor em contraste com a pequenez de sua forma, o ódio e a dor da paixão.

Aqui, passamos a conhecer a Deus e a nós mesmos. Ele é belo em si mesmo, e através disso aprendemos a conhecê-lo. Sua falta de formosura exterior e paixão são também as nossas, e nelas podemos conhecer a nós mesmos, porque ele sofreu na carne, devemos sofrer no espírito. Ele tem, na verdade, as marcas e feridas que deveriam ser nossas. Aqui, então, o vemos claramente como um espelho. Reconheça que por causa de seus pecados você está tão feio e mutilado como ele. Deveríamos sofrer mil vezes, e de novo, mil vezes mais do que Cristo, porque Ele é Deus e nós somos pó e cinza, mas aconteceu o inverso. Ele, que não tinha a menor necessidade de sofrer, tomou para si, mil vezes, e novamente, mil vezes o nosso sofrimento. Nenhum conhecimento pode explicar, nenhuma língua pode expressar, nenhuma escrita pode gravar, apenas lidando com nosso interior podemos compreender o que está envolvido nos sofrimentos de Cristo.
Originalmente adaptado de Martin Luther’s Easter Book, Roland Bainton, ed. (Minneapolis, MN: Augsburg Fortress, 1981).

Tradução: Alisson Pedrosa
FONTE: Desiring God

00:08 1
C.H. Spurgeon
Ainda tenho argumentos a favor de Deus. Jó 36.2

   Não devemos ter o desejo de ser conhecidos pelos outros por causa de nossas virtudes ou de nosso zelo. Ao mesmo tempo, porém, é um pecado tentar sempre ocultar aquilo que Deus nos concedeu para o benefício dos outros. O crente não deve ser uma aldeia localizada em um vale, e sim uma cidade edificada sobre um monte.

   O crente não deve ser uma candeia colocada debaixo de um móvel, e sim uma lâmpada posta em um lugar adequado para iluminar, refletindo sua luz para todos (ver Mateus 5.14-15). O isolamento pode ser útil em ocasiões específicas, e ocultar a si mesmo é algo modesto; todavia, nunca pedemos ocultar que Cristo vive em nós.

   O reter a verdade, que é preciosa para nós, é um pecado contra os outros e uma ofensa contra Deus. Se você possui um temperamento explosivo e uma disposição incontrolável, tenha cuidado para que não satisfaça essa terrível tendência e, assim, se torne inútil à Igreja de Cristo.

   Em nome do Senhor Jesus, que não se envergonhou de você, decida ignorar seus sentimentos. Conte aos outros o que Ele lhe tem falado. Se você não possui um falar altissonante; fale com sua voz branda e tranquila. Se o púlpito não é sua área de atuação; se escrever livros não é seu dom, fale como Pedro, que disse: "Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou" (Atos 3.6).


   Fale à mulher samaritana, na beira do poço, se você não pode pregar um sermão para muitas pessoas. Proclame os louvores de Jesus em casa, se não pode fazê-lo no templo; no campo, se não pode fazê-lo na cidade; entre seus familiares, se não pode fazê-lo a um grande número de pessoas. Das fontes ocultas em seu íntimo, permita que jorrem alegremente as águas de seu testemunho, satisfazendo a sede de cada transeunte.


   Não esconda o seu talento. Testemunhar sobre Cristo será estimulante para nós mesmos, encorajador para os crentes, útil aos pecadores e uma honra para o Salvador.


Ainda tenho argumentos a favor de Deus. Jó 36.2
C.H. Spurgeon - 1834-1892

00:01 2

Por - Edson Rosendo de Azevedo.

As boas obras dos homens são boas e importantes, tanto para eles, quanto para os que as recebem. PORÉM, nenhuma delas conta para salvação de ninguém, porque o padrão exigido por Deus é absolutamente perfeito. Deus exige perfeição em grau 100%, e somente Jesus Cristo, o Deus-Homem, foi capaz de cumprir as exigências de obediência de Deus em grau 100%. Assim, as boas obras que os homens apresentam a Deus são comparadas com o padrão perfeito de boas obras que ele tem - as obras perfeitas do seu Filho. Por isso que Deus reprovará inapelavelmente todo aquele que tentar se justificar diante dEle na base das suas boas obras. Então, as boas obras não são causa de salvação, mas o resultado dela. Para que o homem seja salvo, portanto, é necessário que Ele recorra a Jesus Cristo, para que Ele lhe justifique diante de Deus, o Pai. E Jesus só faz isso "por favor", um favor prestado onde cabe exclusivamente condenação [é a isso que se chama 'graça' - pela graça sois salvos]. Busque Jesus, corra para Jesus; Ele afirmou: "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim, e o que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora".

FONTE: http://divinitatisdoctor.blogspot.com.br

00:02
Antes de abordarmos o tema deste versículo, desejamos fazer algumas considerações sobre os seus termos. “Se alguém” — o termo utilizado refere-se a todos os que desejam unir-se ao grupo dos seguidores de Cristo e alistar-se sob a bandeira dEle. “Se alguém quer” — o grego é muito enfático, significando não somente a anuência da vontade, mas também o propósito completo do coração, uma resolução determinada. “Vir após mim” — como um servo sujeito a seu Senhor, um aluno, ao seu Mestre, um soldado, ao seu Capitão. “Negue” — o vocábulo grego significa negue-se completamente. Negue-se a si mesmo — a sua natureza pecaminosa e corrupta. “Tome” — não quer dizer leve ou suporte passivamente, e sim assuma voluntariamente, adote ativamente. “A sua cruz” — que é desprezada pelo mundo, odiada pela carne, mas, apesar disso, é a marca distintiva de um verdadeiro crente. “E siga-me” — viva como Cristo viveu, para a glória de Deus.

O contexto imediato é ainda mais solene e impressionante. O Senhor Jesus acabara de anunciar aos seus apóstolos, pela primeira vez, a aproximação de sua morte de humilhação (v. 21). Pedro, admirado, disse-Lhe: “Tem compaixão de ti, Senhor” (v. 22). Estas palavras expressaram a política da mentalidade carnal. O caminho do mundo é a satisfação e a preservação do “eu”. “Poupa-te a ti mesmo” é a síntese da filosofia do mundo. Mas a doutrina de Cristo não é “salva-te a ti mesmo”, e sim sacrifica-te a ti mesmo. Cristo discerniu no conselho de Pedro uma tentação da parte de Satanás (v. 23) e, imediatamente, a repeliu. Jesus disse a Pedro não somente que Ele tinha de ir a Jerusalém e morrer ali, mas também que todos os que desejassem tornar-se seguidores dEle tinham de tomar a sua cruz (v. 24). Existia um imperativo tanto em um caso como no outro. Como instrumento de mediação, a cruz de Cristo permanece única; todavia, como um elemento de experiência, ela tem de ser compartilhada por todos os que entram na vida.

O que é um “cristão”? Alguém que possui membresia em uma igreja na terra? Não. Alguém que afirma um credo ortodoxo? Não. Alguém que adota certo modo de conduta? Não. Então, o que é um cristão? É alguém que renunciou o “eu” e recebeu a Cristo Jesus como Senhor (Cl 2.6). O verdadeiro cristão é alguém que tomou sobre si o jugo de Cristo e aprende dEle, que é “manso e humilde de coração” (Mt 11.29). O verdadeiro cristão é alguém que foi chamado à comunhão do Filho de Deus, “Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1.9): comunhão em sua obediência e sofrimento agora; em sua recompensa e glória no futuro eterno. Não existe tal coisa como o pertencer a Cristo e viver para satisfazer o “eu”. Não se engane nesse ponto. “Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27) — disse o Senhor Jesus. E declarou novamente: “Aquele que [em vez de negar-se a si mesmo] me negar diante dos homens [e não para os homens — é a conduta, o andar que está em foco nestas palavras], também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.33).

A vida cristã tem início com um ato de auto-renúncia, sendo continuada por automortificação (Rm 8.13). A primeira pergunta de Saulo de Tarso, quando Cristo o deteve, foi esta: “Que farei, Senhor?” (At 22.10.) A vida cristã é comparada a uma corrida, e o atleta é chamado a desembaraçar-se “de todo peso e do pecado que tenazmente... assedia” (Hb 12.1) — ou seja, o pecado que está no amor ao “eu”, o desejo e a resolução de seguir nosso próprio caminho (Is 53.6). O grande e único alvo, objetivo e tarefa colocados diante do cristão é seguir a Cristo: seguir o exemplo que Ele nos deixou (1 Pe 2.21); e Ele não agradou a Si mesmo (Rm 15.3). Existem dificuldades no caminho, obstáculos na jornada, dos quais o principal é o “eu”. Portanto, ele tem de ser “negado”. Este é o primeiro passo em direção a seguir a Cristo.

O que significa negar completamente a si mesmo? Primeiramente, significa o completo repúdio de sua própria bondade: cessar de confiar em quaisquer de nossas obras para recomendar-nos a Deus. Significa uma aceitação irrestrita do veredicto divino de que todos os nossos melhores feitos são “como trapo da imundícia” (Is 64.6). Foi neste ponto que Israel falhou, “porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.3). Esta afirmativa deve ser contrastada com a declaração de Paulo: “E ser achado nele, não tendo justiça própria” (Fp 3.9).

Negar completamente a si mesmo significa renunciar de todo a sua própria sabedoria. Ninguém pode entrar no reino de Deus, se não se tornar como uma “criança” (Mt 18.3). “Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Is 5.21.) “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). Quando o Espírito Santo aplica o evangelho com poder em uma alma, Ele o faz “para destruir fortalezas, anulando... sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.4,5). Um lema sábio que todo cristão deve adotar é: “Não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).

Negar completamente a si mesmo significa renunciar suas próprias forças: não ter qualquer confiança na carne (Fp 3.3). Significa prostrar o coração à afirmativa de Cristo: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Foi neste ponto que Pedro falhou (Mt 26.33). “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16.18). Quão necessário é que estejamos sempre atentos! “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Co 10.12). O segredo do vigor espiritual se encontra em reconhecermos nossa fraqueza pessoal (ver Is 40.29; 2 Co 12.9). Sejamos, pois, fortes “na graça que está em Cristo Jesus” (2 Tm 2.1).

Negar completamente a si mesmo significa renunciar de todo a sua própria vontade. A linguagem de uma pessoa não-salva é: “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). A atitude de um verdadeiro cristão é: “Para mim, o viver é Cristo” (Fp 1.21) — honrar, agradar e servir a Ele. Renunciar a nossa própria vontade significa dar atenção à exortação de Filipenses 2.5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”; e isto é definido nos versículos seguintes como auto-renúncia. Renunciar a nossa própria vontade é o reconhecimento prático de que não somos de nós mesmos e de que fomos “comprados por preço” (1 Co 6.20); é dizermos juntamente com Cristo:

“Não seja o que eu quero, e sim o que tu queres” (Mc 14.36).

Negar completamente a si mesmo significa renunciar as suas próprias concupiscências ou desejos carnais. “O ego de um homem é um pacote de ídolos” (Thomas Manton), e esses ídolos têm de ser repudiados. Os não-crentes amam a si mesmos (2 Tm 3.2 – ARC). Todavia, alguém que foi regenerado pelo Espírito diz, assim como Jó: “Sou indigno... Por isso, me abomino” (40.4; 42.6). A respeito dos não-crentes, a Bíblia afirma: “Todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2.21). Mas, a respeito dos santos de Deus, está escrito: “Eles... mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11). A graça de Deus está nos educando “para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tt 2.12).

Este negar a si mesmo que Cristo exige dos seus seguidores é total. Não há qualquer restrição, quaisquer exceções — “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14). Este negar a si mesmo tem de ser contínuo e não ocasional — “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Tem de ser espontâneo, não forçado; realizado com alegria e não com relutância — “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). Oh! quão perversamente tem sido abaixado o padrão que Deus colocou diante de nós! Como este padrão condena a negligência, a satisfação carnal e a vida mundana de muitos que se declaram (inutilmente) “cristãos”!

“Tome a sua cruz.” Isto se refere à cruz não como um objeto de fé, e sim como uma experiência na alma. Os benefícios legais do Calvário são recebidos por meio de crer, quando a culpa do pecado é cancelada, mas as virtudes experimentais da cruz de Cristo são desfrutadas apenas quando somos conformados, de modo prático, “com ele na sua morte” (Fp 3.10). É somente quando aplicamos a cruz, diariamente, ao nosso viver e regulamos nosso comportamento pelos princípios dela, que a cruz se torna eficaz sobre o poder do pecado que habita em nós. Não pode haver ressurreição onde não há morte; não pode haver um andar prático, “em novidade de vida”, enquanto não levamos “no corpo o morrer de Jesus” (2 Co 4.10). A cruz é a insígnia, a evidência do discipulado cristão. É a cruz de Cristo e não o credo dEle que faz a distinção entre um verdadeiro seguidor de Cristo e os religiosos mundanos.

Ora, em o Novo Testamento a “cruz” representa realidades definidas. Primeiramente, a cruz expressa o ódio do mundo. O Filho de Deus não veio para julgar, e sim para salvar; não veio para castigar, e sim para redimir. Ele veio ao mundo “cheio de graça e de verdade”. O Filho de Deus sempre estava à disposição dos outros: ministrando aos necessitados, alimentando os famintos, curando os enfermos, libertando os possessos de espíritos malignos, ressuscitando mortos. Ele era cheio de compaixão — manso como um cordeiro, totalmente sem pecado. O Filho de Deus trouxe consigo boas-novas de grande alegria. Ele buscou os perdidos, pregou aos pobres, mas não desprezou os ricos; e perdoou pecadores. De que modo Cristo foi recebido? Que boas-vindas os homens Lhe ofereceram? Os homens O desprezaram e rejeitaram (Is 53.3). Ele disse: “Odiaram-me sem motivo” (Jo 15.25). Os homens sentiram sede do sangue de Jesus. Nenhuma morte comum lhes satisfaria. Exigiram que Jesus fosse crucificado. Por conseguinte, a cruz foi a manifestação do ódio inveterado do mundo para com o Cristo de Deus.

O mundo não se alterou, assim como o etíope ainda não mudou a sua pele e o leopardo, as suas manchas. O mundo e Cristo ainda estão em antagonismo. Por isso, a Bíblia afirma: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). É impossível andarmos com Cristo e gozarmos de comunhão com Ele, enquanto não tivermos nos separado do mundo. Andar com Cristo envolve necessariamente compartilhar de sua humilhação — “Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hb 13.13). Foi isso o que Moisés fez (ver Hb 11.24-26). Quanto mais intimamente eu estiver andando com Cristo, tanto mais incorretamente serei compreendido (1 Jo 3.2), tanto mais serei ridicularizado (Jó 12.4) e odiado pelo mundo (Jo 15.19). Não cometa erro neste ponto: é totalmente impossível ser amigo do mundo e andar com Cristo. Portanto, tomar a cruz significa que eu desprezo voluntariamente a amizade do mundo, recusando conformar-me com ele (Rm 12.2). Que me importa a carranca do mundo, se estou desfrutando do sorriso do Salvador?

Tomar a cruz significa uma vida de sujeição voluntária a Deus. No que concerne à atitude de homens ímpios, a morte de Cristo foi um assassinato. Mas, no que se refere à atitude do próprio Senhor Jesus, a sua morte foi um sacrifício espontâneo, uma oferta de Si mesmo a Deus. Foi também um ato de obediência a Deus. Ele mesmo disse: “Ninguém a tira de mim [a vida dEle]; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la” (Jo 10.18). E por que Ele a entregou espontaneamente? As próximas palavras do Senhor Jesus nos dizem: “Este mandato recebi de meu Pai”. A cruz foi a suprema demonstração da obediência de Cristo. Nisto, Ele é nosso exemplo. Citamos novamente Filipenses 2.5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Nas palavras seguintes, vemos o Amado do Pai assumindo a forma de um servo e “tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”.

Ora, a obediência de Cristo tem de ser a obediência do cristão — voluntária, alegre, irrestrita, contínua. Se esta obediência envolve vergonha e sofrimento, menosprezo e perdas, não devemos vacilar; pelo contrário, temos de fazer o nosso “rosto como um seixo” (Is 50.7). A cruz é mais do que um objeto da fé do cristão, é a insígnia do discipulado, o princípio pelo qual a vida do crente deve ser regulada. A cruz significa entrega e dedicação a Deus — “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

A cruz representa sofrimento e sacrifício vicários. Cristo entregou sua própria vida em favor de outros; e os seguidores dEle são chamados a fazerem espontaneamente o mesmo — “Devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Esta é a lógica inevitável do Calvário. Somos chamados a seguir o exemplo de Cristo, à comunhão de seus sofrimentos, a sermos cooperadores em sua obra. Assim como Cristo “a si mesmo se esvaziou” (Fp 2.7), assim também devemos nos esvaziar. Cristo “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28); temos de agir da mesma maneira. Assim como Cristo “não se agradou a si mesmo” (Rm 15.3), assim também não devemos agradar a nós mesmos. Como o Senhor Jesus sempre pensou nos outros, assim devemos nos lembrar “dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos”, como se fôssemos nós mesmos os maltratados (Hb 13.3).

“Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16.25). Palavras quase idênticas a estas se encontram também em Mateus 10. 39, Marcos 8.35, Lucas 9.24; 17.33, João 12.25. Esta repetição certamente é um argumento em favor da profunda importância de prestarmos atenção e atendermos às palavras de Cristo. Ele morreu para que vivêssemos (Jo 12.24); devemos agir de modo semelhante (Jo 12.25). Assim como Paulo, devemos ser capazes de afirmar: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo” (At 20.24). A “vida” de satisfação do “eu” neste mundo é perdida na eternidade. A vida que sacrifica os interesses do “eu” e se rende a Cristo, essa vida será achada novamente e preservada em toda eternidade.

Um jovem que concluíra a universidade e tinha perspectivas brilhantes respondeu à chamada de Cristo para uma vida de serviço para Ele na Índia, entre as classes mais pobres. Seus amigos exclamaram: “Que tragédia! Uma vida desperdiçada!” Sim, foi uma vida “perdida” para este mundo, mas “achada” no mundo por vir.

FONTE: Editora Fiel

00:06 2
Arthur W. Pink

Os nossos esforços para sermos corretos nos podem conduzir ao erro.

A operação do Espírito, no coração humano, não é inconsciente nem automática. A vontade e a inteligência humana devem ceder e cooperar com as benignas intenções de Deus. Penso que é neste ponto que muitos de nós se perdem. Ou tentamos nos tornar santos, e, então, falhamos miseravelmente; ou, então, procuramos atingir um estado de passividade espiritual, esperando que Deus aperfeiçoe nossa natureza, em santidade, como alguém que se assentasse esperando que um ovo de pintarroxo chocasse sozinho. Trabalhamos febrilmente, para conseguir o impossível, ou não trabalhamos de forma alguma. O Novo Testamento nada conhece da operação do Espírito em nós, à parte de nossa própria resposta moral favorável. Vigilância, oração, autodisciplina e aquiescência inteligente aos propósitos de Deus são indispensáveis para qualquer progresso real na santidade. Existem certas áreas de nossas vidas em que os nossos esforços para sermos corretos nos podem conduzir ao erro, a um erro tão grande que leva à própria deformação espiritual. Por exemplo:

1. Quando, em nossa determinação de nos tornarmos ousados, nos tornamos atrevidos. Coragem e mansidão são qualidades compatíveis; ambas eram encontradas em perfeitas proporções em Cristo, e ambas brilharam esplendidamente na confrontação com os seus adversários. Pedro, diante do sinédrio, e Paulo, diante do rei Ágripa, demonstraram ambas essas qualidades, ainda que noutra ocasião, quando a ousadia de Paulo temporariamente perdeu o seu amor e se tornou carnal, ele houvesse dito ao sumo sacerdote: “Deus há de ferir-te, parede branqueada”. No entanto, deve-se dar um crédito ao apóstolo, quando, ao perceber o que havia feito, desculpou-se imediatamente (At 23.1-5).

2) Quando, em nosso desejo de sermos francos, tornamo-nos rudes. Candura sem aspereza sempre se encontrou no homem Cristo Jesus. O crente que se vangloria de sempre chamar de ferro o que é de ferro, acabará chamando tudo pelo nome de ferro. Até o fogoso Pedro aprendeu que o amor não deixa escapar da boca tudo quanto sabe (1 Pe 4.8).

3) Quando, em nossos esforços para sermos vigilantes, ficamos a suspeitar de todos. Posto que há muitos adversários, somos tentados a ver inimigos onde nenhum deles existe. Por causa do conflito com o erro, tendemos a desenvolver um espírito de hostilidade para com todos quantos discordam de nós em qualquer coisa. Satanás pouco se importa se seguimos uma doutrina falsa ou se meramente nos tornamos amargos. Pois em ambos os casos ele sai vencedor.

4) Quando tentamos ser sérios e nos tornamos sombrios. Os santos sempre foram pessoas sérias, mas a melancolia é um defeito de caráter e jamais deveria ser mesclada com a piedade. A melancolia religiosa pode indicar a presença de incredulidade ou pecado, e, se deixarmos que tal melancolia prossiga por muito tempo, pode conduzir a graves perturbações mentais. A alegria é a grande terapia da mente. “Alegrai-vos sempre no Senhor” ( Fp 4.4).

5) Quando tencionamos ser conscienciosos e nos tornamos escrupulosos em demasia. Se o diabo não puder destruir a consciência, seus esforços se concentrarão na tentativa de enfermá-la. Conheço crentes que vivem em um estado de angústia permanente, temendo que venham a desagradar a Deus. Seu mundo de atos permitidos se torna mais e mais estreito, até que finalmente temem atirar-se nas atividades comuns da vida. E ainda acreditam que essa auto-tortura é uma prova de piedade.

Enquanto os filósofos religiosos buscam corrigir essa assimetria (que é comum à toda raça humana), pregando o “meio-termo áureo”, o cristianismo oferece um remédio muito mais eficaz. O cristianismo, estando de pleno acordo com todos os fatos da existência, leva em consideração este desequilíbrio moral da vida humana, e o medicamento que oferece não é uma nova filosofia, e sim uma nova vida. O ideal aspirado pelo crente não consiste em andar pelo caminho perfeito, mas em ser conformado à imagem de Cristo.

FONTE: Editora Fiel

00:08 3
Quando me defronto a esta formidável e gloriosa tarefa de negar-me a mim mesmo, tomar a cruz e seguir ao Senhor Jesus Cristo, dou-me conta de que devo andar por este mundo como Ele andou.

Quando percebo que nasci de novo e fui modelado por Deus conforme a imagem do Seu bem-amado Filho, e quando me ponho a perguntar: «Quem sou eu para viver assim? Como posso alimentar a esperança de fazer isso?» — eis a resposta: a doutrina do Espírito Santo, a verdade de que o Espírito Santo habita em nós. Que ensina ela? Primeiramente, faz-me lembrar o poder do Espírito Santo que está em mim.

O apóstolo Paulo já o dissera, no versículo 13 (de Romanos 8) . . . «Se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis». Aqui ele volta ao mesmo ensino: «Pois Deus não nos tem dado.espírito de covardia».

O que, em outras palavras, ele está dizendo aos romanos é: «É preciso que compreendais que não estais vivendo por vós mesmos. Haveis pensado nesta vossa tarefa como se vós somente, e por vós mesmos, tivésseis que viver a grandiosa vida cristã. Entendeis que estais perdoados, e podeis agradecer a Deus que vossos pecados foram cancelados e lavados, mas parece que pensais que isso é tudo e que vos deixaram para que vivais por vossa conta a vida cristã. Se pensais desse modo», diz Paulo, «não admira que estejais sob o espírito de covardia e servidão, pois não tendes esperança nenhuma de viver esta vida cristã, e, dessa maneira, tendes uma nova lei que é infinitamente mais difícil do que a antiga. Mas a situação não é essa, porquanto o Espírito Santo habita em vós».

Spiritual  Depression,  p. 169,70.

FONTE: http://www.martynlloyd-jones.com

Reforma Radical

{picture#https://3.bp.blogspot.com/-FmEN9caamhM/WVIGvKdPOAI/AAAAAAAAKrA/tr49uWjDxYcRHkiiUILK5f_QCCiAiOl9wCLcBGAs/s1600/photo.jpg} Gostou e foi edificado com o que leu? Aproveite e compartilhe para que outros também sejam edificados. Também comente a respeito do que leu, na parte de comentários. Deus seja louvado! {facebook#}
Tecnologia do Blogger.