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A Luz do Mundo

R. C. Sproul

R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da Igreja St. Andrews Chapel, na Florida; fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências; autor de dezenas de livros, vários deles publicados em português; possui um programa de rádio chamado: Renove sua Mente, o qual é transmitido para uma grande audiência nos EUA e para mais de 60 outros países; Suas graduações incluem passagem pelas seguintes universidades e centros de estudos teológicos: Westminster College, Pennsylvania, Pittsburgh Theological Seminary, Universidade livre de Amsterdã e Whitefield Theological Seminary. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos.


“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12)”.

Circulavam muitas opiniões sobre a pessoa de Cristo durante seu ministério público. Alguns pensavam que ele era o grande profeta escatológico (dos fins dos tempos – Jo 7.40), enquanto outros achavam que ele era realmente o Messias (Jo 7.41). Essas opiniões quase fizeram com que Jesus fosse preso por causa da desordem que elas causavam (Jo 7.41-43). Entretanto, “ninguém lhe pôs as mãos”, porque “ainda não era chegada a sua hora” (Jo 7.30, 44). O segundo “EU SOU” de Jesus segue esses acontecimentos. Face a face com uma mulher adúltera e com os fariseus, ele declarou: “Eu sou a luz do mundo” (João 8.12)”.

Luz e trevas são temas importantes que encontramos nas Escrituras. Luz é freqüentemente usada para descrever a Deus e sua glória. Em suas epístolas, João nos diz que “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5). Jesus, ao chamar a si mesmo de luz do mundo, estava se referindo novamente à sua divindade. Para que não haja dúvida quanto à sua reivindicação, há mais dois relatos dos evangelhos que nos mostram, com clareza, que Jesus compartilhava da mesma luz de Deus, o Pai. O primeira deles é o da transfiguração (Mt 7.1-13), na qual Jesus irradiou, de si mesmo, a refulgente glória de Deus. O fato de que Jesus compartilhava da mesma luz do Pai é também evidente em João 1. Este capítulo nos diz que o Verbo era Deus (1.1) e que este Verbo, que assumiu a forma humana em Jesus Cristo, era a Luz que resplandece nas trevas (1.4).

A referência de Jesus às trevas, em João 8.12, é notável porque a Bíblia usa freqüentemente as trevas como uma metáfora da cegueira espiritual (Sl 107.10; Jo 3.19). Essas trevas não podem reprimir a glória de Deus em Jesus Cristo porque as trevas nunca vencem a luz (Jo 1.5).

Embora as trevas do pecado não obscureçam a glória de Cristo, alguns homens não entendem quem Cristo é. Na ocasião descrita em João 8.13-20, os fariseus rejeitaram o testemunho de Cristo a respeito de si mesmo porque diziam que faltava a segunda testemunha exigida pela lei, a fim de comprovar a sua veracidade. Jesus lhes respondeu dizendo que, mesmo testemunhando sozinho, seu testemunho era suficiente, porque ele sabia de onde viera e para onde estava indo. Jesus viera para cumprir a lei e disse aos fariseus que havia realmente duas testemunhas, o Pai e o Filho. Contudo, os fariseus não entenderam isso porque estavam preocupados somente com os detalhes da lei e não com a Pessoa para a qual esses detalhes apontavam.

Quando lemos as Escrituras, podemos nos tornar excessivamente preocupados com os detalhes e as complexidades de suas exigências, a ponto de esquecermos que toda a Bíblia aponta para Cristo. Enquanto você lê a Bíblia e estuda-a, peça ao Espírito Santo que o ajude a perceber como todos os detalhes nos remetem a Cristo.



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Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright:© Ligonier Ministries / Tabletalk Magazine

© Editora FIEL 2009.

Traduzido do original em inglês: The Light of the World (Coram Deo). Revista Tabletalk, vol. 28, nº 1. Com permissão de Ligonier Ministries. 


O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

07:34
"Mas é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa."
João 15:25.

Que há uma boa dose de ódio no mundo é inegável.

Indivíduos, grupos sociais e nações expressam abertamente e manifestam o seu ódio de uns pelos outros. Os homens odeiam um ao outro pelo amor ao dinheiro, ganância e cobiça, ambição pessoal e desejo de poder, inveja e vingança. E a Escritura nos ensina que a raiz mais profunda de todo o ódio entre os homens é inimizade contra Deus.

Assim como o amor de um pelo outro é principalmente amor a Deus, o ódio dos homens de uns pelos outros não é senão a expressão de seu ódio a Deus. No entanto, o pecador é relutante em admitir isso. Ele entende que admitir que o seu ódio ao próximo é, principalmente, o ódio a Deus, é a sua condenação. Assim, ele tenta justificar-se. Ele encontra um motivo de seu ódio, e a causa é sempre o próximo que ele odeia.

Seu vizinho é mau, tem-no prejudicado, é um opressor dos pobres, é ávido de ganho e ambicioso de poder, um tirano cruel e assassino, alguém que não deverá ter lugar numa sociedade decente, e que deveria, portanto, ser destruído. E assim ele tenta encontrar uma justa causa do seu ódio, e apresentá-lo à luz da justa indignação.

Também não é muito difícil para o homem se enganar a si mesmo, e descobrir uma causa que justifique no seu próximo para o seu ódio contra ele, num mundo de homens que as Sagradas Escrituras expressam na sentença:

"que todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem sequer um; Não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis, não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto, com as suas línguas tratam enganosamente; veneno de víboras está nos seus lábios, cuja boca é cheia de maldição e amargura. Os seus pés são velozes para derramar sangue, destruição e miséria estão em seus caminhos; E o caminho da paz não conheceram; Não há temor de Deus diante de seus olhos." Rom. 3:9-18.

Em tal mundo, não deveria ser difícil encontrar a causa do ódio de alguém ao seu próximo no seu próprio próximo, e assim, justificar-se a si mesmo perante o tribunal do Homem e do Deus do homem! No entanto, este estado de coisas pode não prevalecer. Não pode ser definitivo e final. Deus deve estar justificado quando Ele julga, e todos os homens devem ser achados mentirosos. Todas as desculpas possíveis devem ser tiradas deles. Eles devem ser deixados sem nenhuma desculpa. Toda a aparente bondade e justiça e até mesmo piedade e religiosidade deve ser exposto como fundamentalmente maldade e inimizade contra Deus. As brancas sepulturas devem ser abertas, e os fedorentos e podres ossos de homens mortos devem ser revelados. Deve ser providenciada uma situação em que o pecador deve confessar que ele odeia sem uma causa, isto é, que o seu ódio não tem outra causa que não seja a sua própria inimizade contra Deus, e que, portanto, ele está irremediável e absolutamente condenado perante o tribunal de Deus.

E esta situação é criada quando o próprio Filho de Deus torna-se semelhante aos homens, e habita entre nós, na semelhança da carne pecaminosa. O Filho de Deus torna-se o Filho do homem! Deus torna-se o próximo do homem! Ele vive com eles, Ele caminha entre eles e lhes fala na sua própria língua, ele entra em suas casas e anda em suas ruas, ele come e bebe com eles, e senta-se em suas festas, Ele atende seus casamentos e seus funerais, Ele entra nos seus aposentos de convalescença e está em seus leitos de morte, ele canta e chora com eles: Ele é o Filho do homem, o próximo de todos!

Aqui, então, os homens têm a oportunidade de provar que não odeiam a menos que o seu ódio do próximo tenha uma causa, é justificado. Porque Cristo, o Filho de Deus, na semelhança da carne do pecado, o Filho do homem, é o próximo perfeito. Ele não é de modo algum abrangido pela condenação da passagem do terceiro capítulo de Romanos que acabamos de citar. Ele veio a nós de fora, mesmo sendo Ele carne da nossa carne e sangue do nosso sangue. Pois, embora Ele é nascido de uma mulher, Ele foi concebido do Espírito Santo, sem a vontade do homem. A Pessoa do Filho de Deus em carne humana é sem pecado, separado dos pecadores, apesar dEle se ter tornado seu próximo, santo e imaculado. Ele é o próximo perfeito!

Certamente, nEle os homens olham em vão pela causa de seu ódio. Nenhum pecado foi encontrado nEle, não há dolo encontrado em sua boca. Certamente que, se o ódio do homem ao próximo é sempre, ou normalmente, provocado por uma causa justificadora no próximo, eles não vão, eles não podem odiar este Filho do Homem. Se O odeiam, eles se expõem como mentirosos, e como inimigos de Deus. No entanto, assim foi. Pois este próprio Filho do homem se queixa, alegando a sua causa perante a face de Deus: "Eles odiaram-me sem causa".

Foi na noite em que o nosso Salvador foi traído, na própria véspera da hora quando a fúria infernal deste ódio sem causa que iria condená-Lo à morte, e pregá-Lo na árvore maldita. Ou Ele ainda estava no Cenáculo em Jerusalém, onde Ele tinha comido a última Páscoa com seus discípulos, ou eles já estavam a caminho do Getsêmani. E estes últimos momentos da sua permanência na Terra, ele presta valioso conforto instruindo os seus discípulos e orando por eles. Ele avisa que o mundo irá odiá-los, e persegui-los, explicando ao mesmo tempo que este ódio contra eles será realmente dirigido contra Ele.

Pois, assim, Ele se dirige a eles: "Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera e não lhes falara, não teriam pecado; agora, porém, não têm desculpa do seu pecado. Aquele que me odeia a mim, odeia também a meu Pai. Se eu entre eles não tivesse feito tais obras, quais nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, não somente viram, mas também odiaram tanto a mim como a meu Pai. Mas isto é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa." João 15:21-25.

Não podemos ignorar o facto de que o Salvador está aqui a citar o Velho Testamento, que ele designa pela expressão "sua lei". As palavras ocorrem literalmente nos Salmos. No Salmo 35:19 lemos: "Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem razão, nem pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa." Mas a referência é, talvez, especialmente para aquele especificamente messiânico Salmo 69, no quarto verso em que lemos: "Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça;"

Se o eunuco etíope tivesse lido estas palavras, ele, sem dúvida, teria feito a mesma pergunta que surgiu na sua mente quando ele ponderava as palavras de Isaías 53: "De quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro homem?" Pois é evidente que o salmista também, e mesmo em primeiro lugar, fala de si mesmo. Ele fala na primeira pessoa. Ele se queixa perante a face de Deus de seu próprio sofrimento. Ele é aquele cujos inimigos são mais do que os cabelos da sua cabeça, odeiam-no sem causa, e buscam a sua destruição. Mais ainda, sabemos que o Espírito Santo inspirou o salmista a compor esta canção, não apenas para si, mas para a Igreja do Velho Testamento, a fim de que eles também pudessem tomá-la em seus lábios, torná-la sua própria, e queixarem-se do seu próprio sofrimento, e de seus inimigos que os odiavam sem causa. Tudo isto foi séculos antes da vinda de Cristo. No entanto, centenas de anos mais tarde, o Salvador declara que estas palavras fazem referência a Ele, e que têm o seu cumprimento nEle.

O que significa? E como isto é possível? Existe apenas uma resposta a esta questão: é o próprio Cristo que é o tema central também no trigésimo quinto e no sexagésimo nono Salmos, e em toda a Lei e os Profetas da antiga dispensação. Era Ele que estava em todos os santos da antiga dispensação, e que se tornou manifesto neles, em suas palavras e andar no meio do mundo. Ele estava nos profetas, sacerdotes e reis de Israel, e em todos os santos, toda a Igreja, representada por eles, e em todo o povo de Deus da velha dispensação, até mesmo desde o começo do mundo. E como Ele se manifestava neles, Ele sempre foi odiado sem causa. O cordeiro é morto desde a fundação do mundo. E somente na medida em que Cristo estava neles, e era revelado em suas palavras e conversas, em toda a sua vida e modo de andar no meio de um mundo impiedoso, poderiam eles se queixar com o salmista do Salmo 69: "Os que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça."

Eles eram odiados assim, mas apenas como representantes de Cristo. Eles sofreram e foram perseguidos, mas apenas porque Cristo estava neles. Eles eram constantemente fustigados por inimigos que visavam a sua destruição, mas só porque eles foram feitos para representar a causa do Filho de Deus no meio do mundo. Em Seu povo, Cristo foi odiado desde o começo do mundo, e ao longo dos séculos da antiga dispensação, até que este ódio sem causa foi finalmente cumprido completamente na plenitude dos tempos, quando o Filho de Deus caminhou entre nós em semelhança da carne pecaminosa.

Deste sofrimento de Cristo em seus santos, deste ódio sem causa, atesta o sangue de todos os justos. É deste ódio que Abel, depois de morto, ainda fala, porque ele ofereceu um sacrifício melhor do que Caim, assim testemunhando de Cristo, e ele foi morto porque ele era justo e o seu irmão perverso.

Deste ódio sabia Henoch, que testemunhou contra o mundo ímpio dos seus dias, e teve o testemunho de que agradara a Deus, a quem procuravam para matar, mas não conseguiram encontrá-lo, porque Deus o tinha transladado. E toda a Igreja pré-diluviana estava familiarizada com a fúria deste ódio, e que, humanamente falando, teria sido destruída, não os tivesse Deus salvo pelas águas do dilúvio.

Esse ódio sem causa foi dirigido contra o povo de Israel na casa do cativeiro no Egipto, quando Moisés escolheu sofrer aflição com o povo de Deus em vez de ser chamado filho da filha de Faraó, e desfrutar dos prazeres do pecado por um tempo, tendo o vitupério de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egipto.

E através de toda a sua história, o povo de Israel, no deserto, na sua própria terra de Canaã, na Babilónia, e após o seu regresso, eram objecto deste ódio furioso e sem sentido. Ainda mais. Mesmo dentro da nação de Israel este ódio foi revelado, e se expressou mais furioso e maldoso do que em qualquer outro lugar. Porque sempre a semente carnal odeia e persegue a semente espiritual. Eles mataram os profetas, e apedrejaram os que foram enviados a eles por Deus. E assim, alguns "experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões. Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra." Hb 11:36-38.

Não admira que eles pudessem cantar com o salmista: "Salva-me, ó Deus, pois as águas entraram até a minha alma! Atolei-me em profundo lamaçal, onde não há pé; entrei em águas profundas, onde a corrente me leva. Estou cansado do meu choro; minha garganta está seca: os meus olhos desfalecem, esperando por meu Deus. Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; aqueles que procuram destruir-me, sendo injustamente meus inimigos, são poderosos (v.1-4) ... Porque por amor de ti tenho suportado afrontas (v.7); a confusão cobriu o rosto."

"Por amor de ti!" Na verdade, esse ódio sem causa era dirigido contra o Cristo neles, e manifesto através deles!

E, no entanto, esta palavra não foi cumprida neles. Pois, em primeiro lugar, no caso deles, os inimigos ainda podiam encontrar uma desculpa, uma causa que parecesse justificar o seu ódio cruel. Mesmo eles lutando pela causa de Cristo, e sofrendo por Sua causa, eles não eram perfeitos. O inimigo podia facilmente encontrar e apontar para a iniquidade neles, e afirmar que eles eram dignos de destruição. Como seria fácil para o inimigo de Cristo descobrir um pretexto para o ódio contra um homem como David, o cantor de Israel, o próprio que se queixa de seu ser odiado sem causa no Salmo 69! Não era ele um adúltero e assassino, e não pôs ele toda a nação sofrer por causa de seu orgulho? Não, não poderia tornar-se manifesto plenamente neles, que eles eram odiados sem causa. E, além disso, o seu sofrimento não preencheu a medida. Nem sempre eles sofriam. Ocasionalmente, eles até chegaram a ocupar posições de poder e honra. Eles não foram uniformemente odiados. A palavra, portanto, que foi escrita na sua lei aguardava o seu cumprimento.

E cumprido foi em Cristo! Totalmente sem causa foi Ele odiado. Nunca poderia o inimigo encontrar uma causa para o ódio nEle, uma causa que justificasse, ou sequer parecesse justificar seu ódio perante o tribunal de Deus. Ele era o Filho de Deus em carne humana. Ele era a perfeita revelação do Pai. Ele sempre representou a causa de Deus. Ele testemunhou sempre Dele. Nunca foi encontrado pecado em Sua pessoa. Ele podia ficar no meio de seus inimigos, e desafiá-los: "Qual de vós pode acusar-me de pecado?" Tão sem pecado, tão imaculado, tão perfeito era Ele, que, embora fossem sempre procurando ocasiões para matá-lo, nunca conseguiam encontrar uma razão. Tão imaculadamente puro era Ele, que mesmo quando O fizeram prisioneiro, e julgaram-nO nos seus tribunais, todas as suas tentativas de encontrar testemunho contra ele fracassaram totalmente, e o governador romano foi repetidamente forçado a admitir que não encontrava nenhuma causa de morte nEle de modo nenhum. Sempre Ele fez bem. Nem nunca Ele ocupou ou pretendeu ocupar uma posição de poder e glória no mundo, que pudesse oferecer uma ocasião de malícia e inveja aos adversários. Ele era o mais humilde entre os humildes. Ele não tinha lugar onde reclinar a cabeça!

No entanto, como eles O odiavam! Ninguém jamais foi odiado como Ele!

Seus inimigos eram, de fato, mais do que os cabelos da cabeça. Constantemente procuravam destruí-Lo. E quando finalmente parecia terem sucedido em seus planos malignos, a sua fúria não conheceu limites. Era como se o seu ódio não pudesse ser saciado. Eles zombavam dEle, maltrataram-nO de todas as maneiras possíveis, exigiram a morte mais vergonhosa e cruel que pudessem pensar para Ele, e mesmo quando eles O pregaram à árvore maldita, continuaram a enchê-Lo com reprovação!

Sem uma causa? Não existe então uma resposta para a pergunta: Porque O odiaram com tanta fúria? Oh, sim! Ouça, Ele mesmo dá a resposta: "Aquele que me odeia a mim, odeia também a meu Pai". E ainda: " mas agora, não somente viram, mas também odiaram tanto a mim como a meu Pai." João 15:23, 24. Que todo o nosso ódio é revelado como o ódio a Deus – isso é o significado da cruz.

Mas quem são esses inimigos que tão cruelmente e perversamente O odeiam? O texto diz simplesmente: "Eles". Mas isto não é muito indefinido? Alguém que faz uma acusação tão grave, e que, também, perante a face de Deus, não menciona os seus inimigos pelo nome? Neste caso, isso é supérfluo. "Eles" é bastante suficiente. Significa homens, apenas homens, homens de todas as classes e posições, todos os homens, sem excepção. Essa cruz significa que você e eu O odiámos sem causa, e que somos inimigos de Deus, que destruiríamos o próprio Deus, se pudéssemos!

E então? Devemos abordar essa cruz para ter pena do Crucificado, e para lançar uma piedosa lágrima de auto-justiça? Não permita Deus! Mas a única maneira boa, a única coisa possível de fazer é prostrar-nos a nós próprios diante da cruz, sob a poderosa mão do juízo de Deus, e confessar incondicionalmente e sem reservas, que odiávamos a ambos, Ele e seu Pai!

Mas não estamos absolutamente perdidos, e não assinamos a nossa própria condenação, se fizermos isso? Deve esta, então, ser a nossa última palavra? Graças sejam dadas a Deus, porque não! Pois, ouça! Se pela graça de Deus, você assim assinar a sua própria condenação, Deus certamente irá justificar a você! Porque o Filho do homem, a quem vós crucificastes, fez dessa cruz o altar de Deus e no amor insondável, Ele suportou a culpa do seu ódio, e tirou-a para sempre! E, portanto, naquela cruz você também pode clamar: "Ó Deus, sê propício a mim, um pecador!" e regressar a sua casa, limpo de pecado, e justificado para sempre!



Fonte (original): When I Survey, Book 3, Chapter 2,
Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, pp. 211-218.

19:44
Albert Mohler Jr
Refrigerando o inferno: Como Acontece o Liberalismo
Albert Mohler Jr.

   Os teólogos liberais não tencionam destruir o cristianismo, e sim salvá-lo. Na verdade, o liberalismo teológico é motivado pelo que pode ser descrito como motivação apologética. O padrão do liberalismo teológico é muito claro. Os teólogos liberais estão absolutamente certos de que o cristianismo precisa ser salvo... de si mesmo.

 LIBERALISMO: SALVANDO O CRISTIANISMO DE SI MESMO

   Os liberais clássicos do início do século XX, conhecidos como modernistas, ressaltaram uma ampla mudança intelectual na sociedade e afirmaram que o cristianismo teria de mudar ou morrer. Como explica o historiador William R. Hutchison: “A marca peculiar do modernismo é a insistência de que a teologia tem de adotar uma atitude simpática para com a cultura secular e se esforçar, conscientemente, para concordar com ela”.[i]

  Essa concordância com a cultura secular está profundamente arraigada no senso de libertação intelectual que começou no Iluminismo. O liberalismo protestante pode ter sua origem em fontes européias, mas chegou bem cedo na América – mais cedo do que muitos evangélicos contemporâneos estão conscientes. A teologia liberal exerceu grande influência onde dominava o unitarianismo e em muitos lugares além.

  Logo depois da Revolução Americana, surgiram formas mais organizadas de teologia liberal, fomentadas por um senso de revolução e liberdade intelectual. Teólogos e pregadores começaram a questionar as doutrinas do cristianismo ortodoxo, afirmando que doutrinas como o pecado original, a depravação total, a soberania divina e a expiação vicária violavam os sensos morais. William Ellery Channing, um influente unitariano, falou por muitos de sua geração quando descreveu “o choque dado à minha natureza moral” pelos ensinos do cristianismo ortodoxo.[ii]

   Embora certo número de crenças centrais e doutrinas essenciais tenha sido submetidos a revisão liberal ou a rejeição franca, a doutrina do inferno foi muitas vezes objeto de maior protesto e negação.

  Considerando o inferno e suas doutrinas relacionadas, o pastor congregacionalista Washington Gladden declarou: “Ensinar uma doutrina como essa a respeito de Deus é infligir ao cristianismo uma injúria terrível e subverter os próprios alicerces da moralidade”.[iii]

   O inferno tem sido um componente da teologia cristã desde a época do Novo Testamento, mas se tornou um odium theologium – uma doutrina considerada repugnante pela maioria da cultura e agora mantida e defendida somente por aqueles que vêem a si mesmos como conscientemente ortodoxos no compromisso teológico.

   O romancista David Lodge fixou a década de 1960 como a data do desaparecimento final do inferno. “Em algum ponto nos anos 1960, o inferno desapareceu. Ninguém pode dizer ao certo quando isso aconteceu. Primeiro, ele estava lá; então, sumiu”. O historiador Martin Marty, da Universidade de Chicago, viu a transição como simples e, pelo tempo em que ela ocorreu, não percebida. Ele afirmou: “O inferno desapareceu, e ninguém percebeu”.[iv]

   Os teólogos e pregadores liberais que rejeitaram conscientemente o inferno fizeram isso sem negar que a Bíblia ensina com clareza a doutrina. Eles apenas afirmaram a autoridade mais elevada do senso de moralidade da cultura. A fim de salvar o cristianismo do prejuízo moral e intelectual causado pela doutrina, o inferno simplesmente teve de ir embora. Muitos rejeitaram a doutrina com prazer, reivindicando o mandado de atualizar a fé em uma nova era intelectual.

   E os evangélicos de nossos dias? Embora alguns satirizem a típica pregação “lago de fogo e enxofre” da antiga geração de evangélicos, o fato é que a maioria dos membros de igreja pode nunca ter ouvido um sermão sobre o inferno – mesmo em uma igreja evangélica. O inferno se tornou obsoleto também entre os evangélicos?

REVISANDO O INFERNO: UM TESTE PARA O DESLIZE RUMO AO LIBERALISMO

   Interessantemente, a doutrina sobre o inferno serve como um teste para o deslize rumo ao liberalismo. O padrão desse deslize é algo assim.

   Primeiramente, uma doutrina deixa de ser mencionada. Com o passar do tempo, ela nunca é abordada ou apresentada no púlpito. Muitos congregantes nem sentem falta da menção da doutrina. À medida que o tempo passa, diminui o número daqueles que a mencionam. A doutrina não é negada nem ignorada, porém é mantida à distância. Sim, admite-se, essa doutrina tem sido crida pelos cristãos, porém não é mais um assunto que precisa ser enfatizado.

   Em segundo, a doutrina é revisada e mantida em forma reduzida. Deve ter havido boas razões por que os cristãos creram historicamente no inferno. Alguns teólogos e pastores dirão que existe uma afirmação de moralidade essencial a ser preservada, talvez algo como o que C. S. Lewis chamou de “The Tao”.[v] A doutrina é reduzida.

   Em terceiro, a doutrina é submetida a uma forma de zombaria. Robert Schuller, da Crystal Cathedral, conhecido por sua mensagem de “Pensamento de Possibilidade”, descreveu sua motivação para reformulação teológica em termos de recentralizar a teologia em “gerar confiança e esperança positiva”.[vi] Seu método é mostrar a salvação e a necessidade de “tornar-nos pensadores positivos”.[vii] O pensamento positivo não enfatiza o escape do inferno, “o quer que isso signifique  ou o que quer seja isso”.[viii]

   Essa afirmação ridiculariza o inferno por rejeitá-lo em termos de “o quer que isso signifique  ou o que quer seja isso”. Não se preocupe com o inferno, Schuller sugere. Embora pouco evangélicos adotem essa forma de ridicularização, muitos inventarão formas mais brandas de marginalizar essa doutrina.

  Em quarto, uma doutrina é reformulada a fim de remover sua ofensa intelectual e moral. Os evangélicos têm submetido a doutrina do inferno a essa estratégia por muitos anos. Alguns negam que o inferno seja eterno, defendendo formas de aniquilamento ou imortalidade condicional. Outros negarão o inferno como um estado de tormento real. John Wenham afirma: “Tormento infindável fala-me de sadismo, e não de justiça”.[ix] Alguns afirmam que Deus não manda ninguém para o inferno e que este é apenas a soma total das decisões humanas feitas durante a vida terrena. Deus não é realmente um juiz que decide, e sim um árbitro que se assegura de que as regras sejam seguidas.

   O pastor Ed Gungor, de Tulsa, escreveu recentemente que “as pessoas não são mandadas para o inferno, elas vão para lá”.[x] Em outras palavras, Deus respeita a liberdade humana ao ponto de que deixará relutantemente que os seres humanos determinados a ir para o inferno tenham o seu desejo.

 DESCULPANDO-SE PELA DOUTRINA DO INFERNO: A NOVA EVASIVA EVANGÉLICA

   Em anos recentes, surgiu um novo modelo de evasiva evangélica. Havendo rejeitado a veracidade das Escrituras, os liberais protestantes e modernistas do século XXI rejeitaram a doutrina do inferno. Eles não entraram em tentativas elaboradas de argumentar que a Bíblia não ensinava essa doutrina – ele apenas descartam-na.

   Embora esse padrão de comprometimento se encontre entre muitos que dizem ser evangélicos, esse não é o padrão mais comum no meio evangélico. Uma nova apologia esta agora evidente entre alguns teólogos e pregadores que afirmam realmente a inerrância da Bíblia e a veracidade da doutrina do inferno no Novo Testamento. Essa nova apologia é mais sutil, com certeza. Nela, o pregador diz algo assim:

   “Sinto muito por dizer-lhe que a doutrina do inferno é ensinada na Bíblia. Eu creio nessa doutrina. Creio nela porque é revelada na Bíblia. Ela não está aberta a renegociação. Nós a recebemos e cremos nela. Gostaria que ela não estivesse na Bíblia, mas está”.

   Afirmações como essa revelam muito. A autoridade da Bíblia é claramente afirmada. O pregador afirma o que a Bíblia revela e rejeita acomodação. Até aqui, tudo bem. O problema está em como a afirmação é introduzida e explicada. Em um gesto de desculpas, a doutrina é lamentada.

   O que isso diz a respeito de Deus? O que isso significa quanto à verdade de Deus? Pode uma verdade ensinada com clareza na Bíblia ser ruim para nós? A Bíblia apresenta o conhecimento do inferno tal como apresenta o conhecimento do pecado e do julgamento: essa são coisas que precisamos saber. Deus nos revela essas coisas para o nosso bem e nossa redenção. À luz disso, o conhecimento dessas coisas é graça para nós. Desculpar-se por uma doutrina equivale a impugnar o caráter de Deus.

   Cremos que o inferno faz parte da perfeição da justiça de Deus? Se não, temos problemas teológicos maiores do que os problemas relacionados ao inferno.

   Vários anos atrás, alguém sugeriu com sabedoria que muitos bons cristãos modernos queriam “refrigerar o inferno”.[xi] O esforço continua.

   Lembre que os liberais e os modernistas agiram com base em uma motivação apologética. Eles queriam salvar o cristianismo como uma mensagem relevante em um mundo moderno e remover o detestável obstáculo do que era visto como doutrinas repugnantes e desnecessárias. Queriam salvar o cristianismo de si mesmo.

   Hoje, alguns movimentos como a Igreja Emergente recomendam esse mesmo procedimento, por razões idênticas. Somos embaraçados pela doutrina bíblica do inferno?

   Se isso é verdade, esta geração de evangélicos não terá falta de embaraços. O contexto intelectual presente não permite quase nenhum respeito pelas afirmações cristãs quanto à exclusividade do evangelho, a natureza do pecado humano, os ensino da Bíblia sobre a sexualidade humana e várias outras doutrinas reveladas na Bíblia. A lição do liberalismo teológico é clara – o embaraço é o sentimento inicial que conduz à acomodação e à negação teológica.

Tenha certeza disto: o embaraço não parará na refrigeração do inferno.


______________________________________________
[i] William R. Hutchison, ed., American Protestant Thought in the Liberal Era (Lanham, MD: University Press of America, 1968, p. 4.
[ii] Gary Dorrien, The Making of America Liberal Theology: Imagining Progressive Religion, 1805-1900 (Louisville: Westminster/John Knox Press, 2001), p. 18. 
[iii] Ibid., p. 275.
[iv] Martin E. Marty, “Hell Disappeared. No One Noticed. A Civic Argument”, Harvard Theological Review, 78 (1985), p. 381-398.
[v] Ver C. S. Lewis, The Abolition of Man (San Francisco: HarperOne, 2001 [1948]).
[vi] Robert Schuller, My Journey (San Francisco: HarperCollins, 2001), p. 127.
[vii] Ibid., p. 127-128.
[viii] Ibid.
[ix] John Wenham, Facing Hell: An Autobiography (London: Paternoster Press, 1998), p. 254.
[x] Ed Gungor, What Bothers Me Most About Christianity (New York: Howard Books, 2009), p. 196.
[xi] Ver “Hell Air Conditioned”, New Oxford Review, 58 (June 3, 1998), p. 4.

Traduzido por: Wellington Ferreira
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© Editora FIEL 2010.

11:16
Jonathan Edwards
Diretrizes de como conduzir-se a si mesmo na Caminhada Cristã.
Carta de Jonathan Edwards a uma jovem
Escrita no ano de 1741

Minha querida jovem amiga,

Como era do seu desejo que eu a mandasse, por escrito, algumas diretrizes em como conduzir-se a si mesma em sua Caminhada Cristã, agora o faço. As doces lembranças das coisas maravilhosas que vi em sua igreja inspiram-me a fazer qualquer coisa que estiver a meu alcance, contribuindo para a alegria e prosperidade espirituais do povo de Deus que aí está.

1. Aconselho-te a manter o esforço e o fervor na religião, como se estivesse em seu estado natural, procurando converter-se. Aconselhamos pessoas com convicção a serem fervorosas e violentas para o Reino dos Céus; mas elas não devem ser menos vigilantes, trabalhadoras e fervorosas na seara quando já convertidas, porém, ainda mais, pois há infinitas coisas a mais a se fazer. Por ser esta uma característica que nos falta, muitas pessoas, em poucos meses de conversão, começam a perder seu doce e vivo senso das coisas espirituais, crescendo geladas e em trevas, “desviando-se da fé e a si mesmos se atormentando com muitas dores” (1 Tm 6; 10), enquanto se tivessem atentado às palavras do apóstolo em Filipenses 3; 12-14, seus caminhos seriam como “a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4; 18)

2. Não deixe de procurar a Deus, de jejuar e orar pelas mesmas coisas que exortamos a pessoas não-convertidas a orar e jejuar, tendo você já passado por este processo. Ore para que seus olhos estejam abertos, para que receba a visão correta, conhecendo-te a ti mesma, e para seus pés descansem em Deus. Que você veja a glória de Deus e Cristo, e tenha o amor de Cristo derramado em todo o teu coração. Aqueles quem tem a muitas destas coisas, ainda assim precisam orar por elas, pois ainda há tanta cegueira, dificuldade, orgulho e corrupção, que necessitam ter o trabalho de Deus sobre eles a fim de receber luz e vida, sendo trazidos da escuridão para a maravilhosa luz de Deus, recebendo como que uma nova conversão e ressurreição dos mortos. Há poucos deveres convenientes a um não-convertido que também não o são, de certa maneira, para o povo de Deus.

3. Quando ouvir a um sermão, ouça por si mesma. Mesmo que provavelmente o que está sendo pregado seja para não-convertidos ou para aqueles que, de outras maneiras, estão em diferentes circunstâncias que você. Assim, deixe com que a principal intenção de sua mente seja a ponderação: em quais aspectos isto é aplicável a mim? E em que posso melhorar para o próprio bem de minha alma?

4. Apesar de Deus ter perdoado e esquecido seus pecados, não os esqueça: lembre-se sempre deles, de como era uma escrava sem esperança na terra do Egito. Traga à memória suas ações de pecado antes de sua conversão, assim como o apóstolo Paulo está sempre mencionando sua antiga atitude de blasfêmia, em que perseguia o Espírito e maltratava o povo de Deus, humilhando seu coração, dizendo ser “o menor dos apóstolos”, indigno de “ser chamado apóstolo”, “menor dos santos” e “o maior dos pecadores”. Confesse sempre seus pecados a Deus e deixe com que este texto esteja sempre em sua mente: “para que te lembres e te envergonhes, e nunca mais fale a tua boca soberbamente, por causa do teu opróbrio, quando eu te houver perdoado tudo quanto fizeste, diz o SENHOR Deus.” (Ez 16; 63)

5. Lembre-se que você tem muito mais motivos para lembrar-se e humilhar-se dos seus pecados agora, desde que se converteu, do que antes. Tudo isso se deve a suas muitas obrigações para com a vida com Deus, olhando para os escolhidos de Cristo, amando sempre sua amabilidade, apesar de toda a sua falta de valor desde sua conversão.

6. Esteja sempre vigilante para com seu contínuo pecado e não pense que você se preocupa muito com ele. Ainda sim, não esteja desencorajada nem permita que ele anule seu coração, pois, apesar de sermos exageradamente pecadores, temos um Advogado com o Pai, a saber, Jesus Cristo, o Santo. O sangue cuja preciosidade, o mérito cuja retidão, a grandeza cujo amor e fé infinitamente sobrepujam as mais altas montanhas de nossos pecados!

7. Quando começar a orar, ou tomar parte na Ceia do Senhor, ou participar de qualquer outra atividade de adoração, venha a Cristo como Maria Madalena fez! Venha, e coloque-se aos Seus pés, e os beije, derrame perante Ele o doce óleo perfumado de amor oriundo de um coração puro e quebrantado, como ela derramou o perfume precioso de sua jarra de alabastro! “E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento.” (Lc 7; 37-38)

8. Lembre-se que orgulho é a pior víbora do coração, o grande distúrbio da paz da alma e da doce comunhão com Cristo: foi o primeiro pecado e se encontra bem baixo na fundação da obra de Satanás, sendo muito dificilmente arrancado fora, pois é o mais escondido, secreto e arruinador de todas as luxúrias, inserindo insensibilidade no meio da religião e até mesmo sob a desculpa de humildade. “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.” (Pr 8:13)

9. Que você faça um correto julgamento de si mesma, vendo sempre nos outros as melhores descobertas, o melhor conforto, pois têm esses dois lados: uns te fazem menor e insignificante, como uma criança. Outros, animam e consertam seu coração em uma disposição firme em negar-se a Deus, passar tempo com Ele e por Ele.

10. Se em algum momento você se encontrar em dúvidas sobre o estado de sua alma, em partes escuras e sem sentido, é necessário rever sua experiência passada. Mas não invista muito tempo e esforços neste caminho. Ao contrário, disponha-se com todo o seu ser a procurar ardentemente uma nova experiência, nova luz, novas ações de fé e amor. Uma nova descoberta da gloriosa face de Cristo fará mais sobre aterrorizadoras nuvens negras do que examinar experiências passadas durante um ano, sob as melhores nuances que podem dar.

11. Quando pouco se exercita a graça e a corrupção prevalece juntamente com o medo, não tente tirar isto de seu coração de qualquer outra maneira além de reviver o amor a Deus. Assim, o medo será efetivamente expulso, como a escuridão desaparece de um quarto quando os deliciosos raios de sol penetram-no.

12. Quando aconselhar e alertar as pessoas, o faça com vontade e afeição, com firme convicção. Lembre-se que estará falando ao seu próximo deixando que suas palavras contenham expressão de sua própria pequenez, mas também da graça soberana que te faz diferente.

13. Se você organizar encontros devocionais com jovens mulheres como você, uma vez a cada certo tempo, além de participar de outros encontros gerais, será muito proveitoso e útil.

14. Em quaisquer dificuldades, necessidades ou longos períodos de escassez, qualquer caso específico, para você ou outros, separe um dia para oração secreta e jejum. Gaste o dia, não tão somente pelas petições que faz, mas procurando seu coração olhando para sua vida, confessando seus pecados perante Deus. Não como se costuma fazer quando se ora publicamente, mas como um resumo a Deus de todos os pecados de sua vida, desde a infância, antes e depois da conversão, incluindo as circunstâncias e decaídas em relação a eles, apresentado diante d’Ele todas as particulares abominações de seu coração da maneira mais completa possível.

15. Não permita que os adversários da cruz reprovem a verdadeira religião. Quão retamente deveriam se comportar os filhos remidos e amados do Filho de Deus! Ainda, “caminhem como filhos da luz e do dia” e “adquira a doutrina de Deus seu Salvador”. E, especialmente, pondere sobre as virtudes cristãs que te fazem parecida com o Cordeiro de Deus. Seja humilde e submissa de coração, pura, celestial, amando a todos. Faça atos de amor aos outros e auto-negação pelos outros. Que haja em você uma disposição em pensar sobre os outros maior do que em você mesma.

16. Na sua vida, caminhe com Deus e siga a Cristo como uma pequena, pobre e desprotegida criança tomando a mão de Cristo. Mantenha seus olhos nas marcas das feridas em Suas mãos e lado, donde veio o sangue que te purifica do pecado, escondendo sua nudez nas vestes brancas celestiais.

17. Ore frequentemente pelos ministros da igreja de Deus, especialmente para que Ele continue seus glorioso trabalho que tem começado, até o dia da terra estar cheia de Sua glória.


Fonte: http://gracegems.org/26/Edwards_letter.htm
Apoio: Pregando a Cristo Crucificado

12:35
Amado, porem, afligido
Sermão pregado a uma audiência de damas inválidas em Mentone, França, sem data registrada
Por Charles Haddon Spurgeon

“Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.” João 11:3

Aquele discípulo a quem Jesus amava não está de nenhuma forma relutante ao registrar que Jesus também amava a Lázaro: Não existem ciúmes entre aqueles que são eleitos pelo Bem amado. Jesus amava Maria, Marta e Lázaro: é algo feliz quando uma família inteira vive no amor de Jesus. Era um trio favorecido, e, no entanto, como a serpente entrou no Paraíso, assim também a aflição entrou na tranquila casa de Betânia.
Lázaro estava enfermo. Todos eles sentiam que se Jesus estivesse ali, a enfermidade fugiria de Sua presença; então, que outra coisa deveria fazer, senão notificar e Jesus sua tribulação? Lázaro encontrava-se às portas da morte, logo, suas amorosas irmãs reportaram imediatamente sua aflição a Jesus, dizendo-lhe: "Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas."

Desde ai, essa mesma mensagem tem sido enviada muitas vezes a nosso Senhor, já que em muitíssimos casos, Ele tem escolhido Seu povo em forno de aflição. Do mestre se diz: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si”, então, nesse assunto não é algo extraordinário que os membros sejam conformados a sua Cabeça.

I. Observem, primeiro, UM FATO que é mencionado no texto: "Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas." As irmãs estavam um tanto surpreendidas de que assim fora, pois a expressão "eis que" implica certo grau de surpresa. "Nós o amamos, e queríamos sarar-lhe diretamente: Tu o amas, e, no entanto, permanece enfermo. Tu poderias sarar-lhe com uma palavra, então, por que motivo aquele que amas está enfermo?"
Querido amigo doente, não se tem perguntado frequentemente como que sua dolorosa e persistente doença pode ser consistente com o fato de ser eleito, chamado, e ser um com Cristo? Atrever-me-ia dizer que isso lhe deixa grandemente perplexo, e com toda verdade, não é de nenhuma maneira estranho, antes, é algo que se deve esperar.
Não deveria surpreender que o homem a quem o Senhor ama esteja enfermo, pois é só um homem. O amor de Jesus não nos separa das necessidades e das debilidades comuns da vida humana. Os homens de Deus seguem sendo homens. O pacto da graça não é uma carta de privilégio que nos exime da tuberculose, do reumatismo, ou da asma. Os males corporais, que nos sobrevém por causa de nossa carne, nos acompanharão até a tumba, pois Paulo disse: “Os que estamos nesse tabernáculo gememos."
Aqueles a quem o Senhor ama, são mais propensos a adoentar-se, pois estão debaixo de uma peculiar disciplina. Está escrito: "Porque o Senhor ao que ama, disciplina, e açoita a todo o que recebe por filho" A aflição de qualquer tipo é um dos sinais dos filhos verdadeiramente nascidos de Deus, e sucede com frequência que a prova toma a forma de enfermidade. Haveria de nos surpreender, então, que tenhamos que tomar nosso turno no leito da enfermidade? Se Jó, Davi e Ezequias, em seu momento, tiveram que se sofrer, quem somos nós pára espantar-nos porque nos encontramos sofrendo de má saúde?
Tampouco deveria nos surpreender que fiquemos doentes, se refletirmos no grandioso benefício que flui da prova para nós. Eu não sei qual perfeição peculiar foi trabalhada em Lázaro, porem, muitos discípulos de Jesus teriam sido de pouca utilidade se não tivessem sido afligidos.
Os homens fortes são sujeitos a serem duros, mandões e indiferentes, e, portanto, necessitam ser colocados e fundidos no forno. Conheci certas mulheres cristãs que nunca teriam sido tão delicadas, ternas, sábias, experimentadas e santas se não houvessem sido abrandadas pela dor física.
Há frutos no jardim de Deus, tal como no jardim humano, que não amadurecem enquanto são sejam golpeados. Jovens mulheres que são propensas a serem voláteis, altivas ou tagarelas, frequentemente são treinadas por várias enfermidades para que estejam cheias de doçura e luz, e dessa forma, são ensinadas a sentar-se aos pés de Jesus. Muitas delas têm sido capazes de falarem com o salmista: "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos." Por essa razão, inclusive aqueles que são favorecidos e benditos entre as mulheres, podem sentir que uma espada atravessa seus corações.
Muitas vezes está enfermidade dos amados do Senhor é para o bem de outros. A Lázaro se lhe deixou que enfermasse e morresse, para que por sua morte e ressurreição, os apóstolos fossem beneficiados. Sua doença foi "para glória de Deus."
Ao largo de todos esses mil e novecentos anos que transcorreram desde a enfermidade de Lázaro, todos os crentes têm obtido um bem dela, e essa tarde, todos estamos tanto melhor porque Lázaro definhou e morreu. A igreja e o mundo podem extrair um imenso benefício das aflições dos homens bons: os descuidados podem ser despertos, os que duvidam podem ser convencidos, os ímpios podem ser convertidos, e os enlutados podem ser consolados através de nosso testemunho na enfermidade: e, se é assim, desejaríamos evitar a dor e a debilidade? Acaso não estamos muito dispostos a que nossos amigos digam de nós: "Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas"?

II. No entanto, nosso texto não só registra um feito, mas antes menciona um RELATÓRIO desse feito: as irmãs enviaram e o contaram a Jesus. Temos de manter uma correspondência constante com nosso Senhor acerca de tudo.
"Canta-lhe um hino a Jesus
Quanto teu coração desfaleça
Conta tudo a Jesus,
Teu júbilo ou tua queixa"
Jesus sabe tudo sobre nós, porem experimentamos um grande alívio quando derramamos nossos corações diante Dele. Quando os angustiados discípulos de João Batista viram seu líder decapitado, "tomaram o corpo e o enterraram; e foram e deram as novidades a Jesus." Não teriam podido fazer algo melhor. Em todo problema que tenham, devem enviar uma mensagem a Jesus, e não guardem seu abatimento dentro de vocês mesmos. Tratando-se Dele, não há necessidade de nenhuma reserva, não há temor de que os trate com fria altivez, ou com implacável indiferença, ou com cruel deslealdade. Ele é um confidente que nunca nos trairá, um amigo que nunca nos lançará fora.
Contamos com uma alentadora esperança que nos motiva a contar tudo a Jesus: que seguramente Ele nos ajudará. Se você apela a Jesus, e lhe diz: "Senhor, tão cheio de graça, por que estou enfermo? Eu pensava que era útil para Ti enquanto gozava de saúde, e agora não posso fazer nada; por que sucede isso?" então poderia ser do agrado Dele mostrar-lhe o porquê, ou, se não, fará que estejas disposto a submeter-se com paciência à Sua vontade, ainda que não saiba os motivos. Ele pode transmitir Sua verdade a sua mente para animar-lhe, ou fortalecer seus corações com Sua presença, ou ainda enviar-lhe inesperados consolos e conceder que se glories em suas aflições. "Derrame diante Dele vosso corações; Deus e nosso refúgio." Não em vão Marta e Maria enviaram recado a Jesus, e não é em vão alguém buscar Sua face.
Recordem, também, que Jesus pode curar. Não seria sábio viver por uma suposta fé, e rejeitar ao médico e suas medicinas, como tampouco seria sábio descartar ao açougueiro ou ao alfaiate, ou espera ser alimentado e vestido por fé; porem, isso seria muito melhor que esquecer por completo ao Senhor, e confiar unicamente no homem. A saúde, tanto para o corpo como para a alma, há de se buscar em Deus. Fazemos uso de remédios, porem, esses não podem fazer nada aparte do Senhor, "que sará a todas nossas dolências". Podemos contar a Jesus nossas dores e sofrimentos, nosso declines graduais e nossa tosse desgarrradora. Algumas pessoas têm medo de acudir a Deus no tocante a sua saúde: pedem pelo perdão do pecado, porem não se atrevem a perdi ao Senhor que lhes tire uma dor de cabeça: e, no entanto, em verdade, se os cabelos da nossa cabeça estão todos contatos por Deus, nos implica uma maior condescendência de parte Sua aliviar as palpitações e as pressões que temos dentro de nossa cabeça. Nossas grandes coisas serão muito pequeninas para o grandioso Deus e nossas coisinhas não poderiam ser menores.

É uma prova a grandeza da mente de Deus, que enquanto governa os céus e a terra, não está tão absorto nesses grandes assuntos como que para esquecer a dor mais minúscula ou a menor necessidade de qualquer de Seus pobres filhos. Podemos correr a Ele no tocante a nossa respiração dificultosa, pois Ele nos deu primeiro os pulmões e a vida. Podemos contar a Ele sobre nossos olhos que perdem vigor, e acerca de nossos ouvidos que perde audição, pois Ele fez a ambos. Podemos mencionar-lhe o joelho inflamado, o dedo enrugado, o torcicolo ou pé torcido, pois Ele fez todos esses nossos membros, e os redimiu todos, e os ressuscitará todos da tumba. Vão de imediato, e digam-Lhe: "Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas"

III. Em terceiro lugar, no caso de Lázaro, temos de advertir UM RESULTADO que nós não teríamos esperado. Sem dúvida, quando Maria e Marta enviaram mensagem para dizer a Jesus, elas esperavam ver a recuperação de Lázaro tão pronto como o mensageiro chegasse a Jesus, porem, não foram contempladas. Durante dois dias o Senhor permaneceu no mesmo lugar, e não foi até Betânia. Até que soube que Lázaro tinha morrido, ai que falou de ir a Judéia.
Isso nos ensina que Jesus pode ser informado de nosso problema, e, no entanto, poderia atuar como se fosse indiferente ao mesmo. Não devemos esperar em cada caso que a orações pela recuperação será atendida, pois se assim fosse, ninguém que tivesse um bebê ou um menino, ou um amigo ou conhecido que orasse por ele, morreria.
Em nossas orações pelas vidas dos amados filhos de Deus, não devemos esquecer que há uma oração que poderia estar cruzando com as nossas, pois Jesus ora: "Pai, aqueles que me há dado, quero que onde eu estou, também eles estejam comigo, para que vejam minha glória." Pedimos que permaneça conosco, porem quando reconhecemos que Jesus os quer lá em cima, o que podemos fazer se não admitir seu direito superior, e falar: "Não seja como queremos, mas como Tu quer."
Em nosso próprio caso, podemos perdi ao Senhor que nos levante, e, no entanto, ainda que nos ama, poderia permitir que ficássemos pior e pior, até que ao fim, morramos. À vida de Ezequias lhe foram acrescentados 15 anos, mas nós talvez nem mesmo consigamos a prorrogação de um só dia. Nunca dê tanta importância à vida de alguém muito querido para você, e nem a sua própria vida, como para rebelar-se em contra do Senhor. Se defendesse a vida de qualquer ser querido com uma mão demasiadamente firme, então estaria fazendo uma vara para suas próprias costas; e se amasses em demasia a sua vida terrena, estaria tecendo uma almofada cheia de espinhos para seu leito de morte.
Os filhos, muito frequentemente, são ídolos, e em tais casos, seus ardentes amantes são idolatras. Se adorarmos nossos semelhantes, é como se fizéssemos um deus de argila e o adorássemos, igual como fazem os hindus, pois, que coisa são eles, se não barro? Será o pó tão querido para nós que repliquemos com nosso Deus por sua causa? Se nosso Senhor permite que soframos, não deveríamos nos queixar. Ele fará para nós o que seja mais benéfico e o melhor, pois nos ama mais do que nós amamos a nós mesmos.
Parece-me que lhe ouço falar: "Sim, Jesus permitiu que Lázaro morrera, porem, o ressuscitou de novo"? Eu respondo, Ele é a ressurreição e a vida para nós também. Consolem-se no que concerne aos que tem partido: "Teu irmão ressuscitará", e todos aqueles de entre nós cuja esperança está em Jesus, participaremos na ressurreição de nosso Senhor. Não somente viverão nossas almas, mas também nossos corpos serão ressuscitados incorruptíveis. A tumba servirá de crisol e esse vil corpo se levantará sem ser já vil.
Alguns cristãos são grandemente animados pelo pensamento de viver até que o Senhor venha, e assim escapar da morte. Eu confesso que creio que isso não é uma grande ganância, pois longe de ter alguma preferência sobre aqueles que morreram, os que vivem e permanecem até Sua vinda perderão um ponto de comunhão, ao não morrer e ressuscitar como seu Senhor.
Amados, tudo é de vocês, e a morte é expressamente mencionada na lista; portanto, não tenham medo dela, mas antes:
"Anelem a noite, para se despir,
e que possam descansar com Deus"

IV. Concluirei com UMA PERGUNTA: "Amava Jesus a Marta, e sua irmã, e Lázaro"; Jesus lhe ama num sentido especial? Ai, muitos enfermos não possuem nenhuma evidência de algum amor especial de Jesus para com eles, pois nunca buscaram Seu rosto, nem tem confiado Nele! Jesus poderia declarar-lhes: "Nunca os conheci", pois eles têm dado para trás com Seu sangue e Sua cruz.
Querido amigo, responde a seu próprio coração essa pergunta: "Amas a Jesus?" Se o amas, o amas porque Ele lhe amou primeiro. Está confiado Nele? Se você confia Nele, essa sua fé é a prova que Ele lhe tem amado desde antes da fundação do mundo, pois a fé é o sinal pelo qual promete Sua fidelidade a Seu amado.
Se Jesus lhe ama, e está enfermo, que todo o mundo veja como você glorifica a Deus em sua enfermidade. Os amigos e as enfermeiras hão de ver como os amados do Senhor são animados e consolados por Ele. Sua santa resignação há de assombrar-los, e conduzir-lhes a admirar a seu Amado, que é tão cheio de graça para contigo, e que lhe faz feliz na dor e lhe dá gozo às portas do sepulcro.
Se sua religião tem algum valor, deveria apoiar-se agora, e então, forçará aos incrédulos a ver que aquele a quem o Senhor ama está em uma melhor condição quando está enfermo, que os ímpios quando estão cheios de saúde e vigor.
Se não sabes que Jesus te ama, careces da estrela mais resplandecente que possa alegrar a noite da enfermidade. Espero que não morras como está agora, e passes ao outro mundo sem gozar do amor de Jesus: essa seria em verdade uma calamidade terrível. Busca Seu rosto de imediato, e pudera ser que sua atual enfermidade fora uma parte da faceta do amor pelo quão Jesus quer atrair-lhe a Ele. Senhor, sara todos esses enfermos na alma e no corpo. Amém.



FONTE: http://www.spurgeon.com.mx/sermones.html
Traduzido do espanhol, do sermão “Amado, y, sin embargo, Afligido”, Sermão nº 1518—Volume 26
Traduzido por Allan Román, com autorização deste para português pelo Projeto
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público
Tradução: Armando Marcos Pinto
Projeto Spurgeon | Pregamos a Cristo Crucificado.
Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos de seus pecados. Acesse em:
http://www.projetospurgeon.com.br

23:28
A Entrada Triunfal em Jerusalém
(The Triumphal Entry Into Jerusalem)
Um Sermão (Nº 0405)
Pregado na Manhã de Domingo, 18 de Agosto de 1861 pelo
Reverendo C. H. Spurgeon
No Metropolitan Tabernacle, Newington– Inglaterra

"Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em um
jumento, num jumentinho, cria de animal de carga." — Mateus 21:5.

Nós lemos o capítulo do qual nosso texto é tomado; deixe-me agora recontar o incidente para sua audiência. Havia uma expectativa na mente popular do povo judeu, que o Messias estava para vir. Eles esperavam que ele fosse um príncipe temporal, alguém que devia guerrear contra os romanos e restaurar aos Judeus sua nacionalidade perdida. Havia muitos que, embora não cressem em Cristo com uma fé espiritual, esperavam entretanto que talvez Ele pudesse ser para eles um grande libertador temporal, e nós lemos que em uma ou duas ocasiões eles quiseram toma-lo para fazê-lo rei, mas ele ocultou-se. Havia um ansioso desejo que uma pessoa ou outra deveria levantar o estandarte da rebelião e liderar o povo contra seus opressores. Vendo os feitos poderosos de Cristo, o desejo é pai do pensamento, e eles imaginaram que Ele podia, provavelmente, restaurar a Israel o reino e torná-los livres. O Salvador à distância via que estava adentrando a uma crise. Para ele, ela deveria ser morta por ter desapontado a expectativa popular, ou deveria ceder aos desejos do povo, e ser feito rei. Você sabe qual foi a escolha. Ele veio para salvar outros, e não para fazer-se rei no sentido em que eles entendiam. O Senhor tinha operado o mais notável milagre, ele tinha ressuscitado Lázaro da morte após ele ter estado por quatro dias na sepultura. Este era um milagre tão inesperado e tão espantoso, que tornou-se o assunto da cidade. Multidões foram de Jerusalém a Betânia, eram somente duas milhas de distância, para ver Lázaro. O milagre fora bem autenticado, havia uma multidão de testemunhas, e foi em geral aceito como sendo uma das grandes maravilhas do século, e eles inferiram disto que Cristo devia ser o Messias.
O povo determinou que agora eles deveriam fazê-lo rei, e que agora ele deveria liderá-los contra as hostes de Roma. Ele, não pretendia tais coisas, entretanto prevaleceu o entusiasmo deles pelo qual Ele pôde ter a
oportunidade de realizar o que tinha sido escrito pelos profetas. Você deve imaginar que todos aqueles que espalharam os galhos no caminho e clamaram "Hosana" desejavam Cristo como príncipe espiritual. Não, eles pensavam ser ele um libertador temporal, e quando eles descobriram mais tarde que estavam enganados odiaram-no na mesma proporção que o tinham amado, e "Crucifica-o, crucifica-o" era um clamor tão alto e veemente quanto "Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor." Nosso Salvador assim utilizou-se do equivocado entusiasmo deles para diversos fins e propósitos. Era necessário que a profecia fosse cumprida - "Alegra-te muito, ó filha de Sião; Exulta ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta." Era necessário além disso, que ele reivindicasse publicamente ser o Filho de Davi, e que reivindicasse ser o legítimo herdeiro do trono de Davi, - isto ele fez nesta ocasião. Era necessário também, que ele deixasse seus inimigos sem desculpas. A fim de que eles não dissessem: "Se tu és o Messias, dize-nos claramente," ele disse-lhes claramente. Este adentrar montado pelas ruas de Jerusalém era um manifesto e proclamação de seus direitos reais tão claro quanto poderia ser emitido. Eu penso, além disso, - e sobre isso eu construirei o discurso destas manhã, - Eu penso que Cristo utilizou o fanatismo popular como uma oportunidade de pregar-nos um vivo sermão, incluindo grandes verdades que são tão sujeitas a serem esquecidas por causa de nosso caráter espiritual, incluindo-as na forma externa e símbolo sua própria montaria como rei escoltado por hostes de seguidores. Nós viemos a isto como o assunto do nosso sermão.
Dependamos dele.

I. Uma das primeiras coisas que aprendemos é isto. Por este modo através das ruas em pompa, Jesus Cristo foi aclamado como um rei. Aquela reivindicação tinha sido em grande medida, até agora, conservada na obscuridade, mas antes que Ele fosse para o seu Pai, quando a ira de seus inimigos tivesse alcançado sua mais extrema fúria, e quando sua própria hora de mais profunda humilhação tivesse chegado, ele fez uma reivindicação aberta diante dos olhos de todos os homens para ser chamado e reconhecido como um rei. Ele intima primeiro seus arautos. Dois discípulos vêm. Ele envia sua ordem - "Ide a aldeia que está diante de vós, e logo achareis presa uma jumenta e, com ela um jumentinho." Ele reúne sua corte. Seus doze discípulos, aqueles que sempre acompanhavam-no, estão a sua volta. Ele monta o jumento, que em tempos antigos tinha sido domado pelos legisladores judaicos, os governadores do povo. Ele começa a cavalgar através das ruas e as multidões batem suas mãos. É reconhecido que não menos do que três mil pessoas deveriam estar presentes naquela ocasião, alguns indo adiante, alguns seguindo após ele, e outros parados ao lado para ver o espetáculo.
Ele cavalgava para sua capital; as ruas de Jerusalém, a cidade real, estão abertas para Ele, como um rei, Ele sobe para seu palácio. Ele era um rei espiritual, e portanto Ele não ia para o palácio temporal mas para o
palácio espiritual. Ele cavalga para o templo, e então tomando posse dele, começa a ensinar nele como não tinha feito antes. Ele tinha estado algumas vezes no pórtico de Salomão, mas ele estava mais freqüentemente na encosta da montanha do que no templo; mas agora, como um rei, ele toma posse de seu palácio, e ali, sentado em seu trono profético, ele ensina o povo em sua corte real. Vós príncipes da terra, dêem ouvidos, há alguém que clama ser enumerado convosco. É Jesus, o Filho de Davi, o Rei dos Judeus. Dai lugar a Ele, vós imperadores, daí lugar a Ele! Dai lugar ao homem que nasceu numa manjedoura! Dai lugar ao homem cujos discípulos eram pescadores! Dai lugar a Ele cuja veste foi de um camponês, sem costura, tecido de cima abaixo! Ele não usa nenhuma coroa, exceto a coroa de espinhos, contudo ele é mais nobre do que vocês. Sobre seus lombos ele não veste púrpura, entretanto ele é muito mais real do que vocês. Sobre seus pés não havia nenhuma sandália prateada adornada com pérolas, porém ele é mais glorioso do que vocês. Dai lugar a Ele! Dai lugar a Ele! Hosana! Hosana! Deixem-no ser novamente proclamado Rei! Rei! Rei! Deixem-no valorizar seu lugar sobre Seu trono, alto acima dos reis da terra. Isto é o que Ele fez, proclamou-se Rei.

II. Além disto, Cristo por seu ato mostrou que tipo de Rei ele poderia ter sido se tivesse se agradado, e que tipo de rei ele pode ser agora, se ele desejar. Tinha sido este o desejo de nosso Senhor, aquelas multidões
que seguiram-no nas ruas realmente tinham-no coroado lá e então, e dobrando os joelhos, eles tinham-no aceito como o ramo que brotou da seca raiz de Jessé - a ele que tinha vindo - o governante, o Siló entre o
povo de Deus. Tivesse ele dito apenas uma palavra, e eles teriam arremetido com ele sobre suas cabeças para o palácio de Pilatos, e tomando-no de surpresa, com uns poucos soldados na terra, Pilatos poderia logo ter sido feito prisioneiro, e ter sido provado por sua vida.
Diante do indomável valor e da tremenda fúria de um exército judeu, a Palestina poderia ter sido rapidamente limpa de todas as legiões romanas, e ter se tornado novamente uma terra real. Mais ainda, nós afirmamos, com seu poder de operar milagres, com poder pelo qual os soldados recuaram quando ele disse: "sou eu;" Ele podia ter limpado não somente aquela terra, mas todas as outras, ele podia ter marchado de país em país, e de reino em reino, até que toda cidade real e cada estado régio tivesse cedido a sua supremacia. Ele poderia ter feito aqueles que vivem em ilhas no mar curvarem-se diante dele, e aqueles que habitam o deserto poderiam ter sido obrigados a lamber o pó. Não havia razão, Ó vós reis da terra, para que Cristo não tivesse sido mais poderoso do que vocês. Se seu reino fosse deste mundo, ele poderia ter fundado uma dinastia mais duradoura do que as vossas, ele poderia ter reunido tropas diante das quais vossas legiões se derreteriam como a neve diante do sol de verão, ele poderia ter destruído a imagem de Roma, até, uma massa despedaçada, como um vaso de cerâmica destruído por uma haste de ferro, ele poderia ser feito em pedaços.
Ainda é assim, meu irmão. Se for a vontade de Deus, ele pode fazer seus santos, cada um deles, príncipes, ele pode fazer sua Igreja rica e poderosa, ele pode elevar sua religião se ele preferir, e fazê-la a mais magnificente e suntuosa. Se esta for sua vontade, não há razão para que toda a glória que nós lemos no Velho Testamento sob Salomão, não possa ser dada a Igreja sob o grande Filho de Davi. Mas ele não veio para fazer isto, e por isso a impertinência daqueles que pensam que Cristo deve ser adorado com uma
esplêndida arquitetura, com magníficas vestimentas, com orgulhosas procissões, com a aliança do estados com igrejas, fazendo os bispos da igreja magnificentes senhores e governadores, erguendo a própria igreja, e tentando colocar sobre seus ombros aquelas roupas que nunca lhe caberão, vestimentas que nunca foram destinadas a ela. Se Cristo se preocupasse com esta glória do mundo, ela logo estaria a seus pés. Se ele
desejasse tomá-la, quem levantaria uma palavra contra sua reivindicação, ou quem levantaria um dedo contra o seu poder! Mas ele não se preocupa com isso. Levem suas quinquilharias para outro lugar, tirem suas lantejoulas daqui, ele não as quer. Removam sua glória, e sua pompa, e seu esplendor, ele não necessita de nada de suas mãos. Seu reino não é deste mundo, de outro modo seus servos lutariam, e seus ministros estariam vestidos com mantos de escarlate, e seus servos estariam assentados entre os príncipes, Ele não se preocupa com isto. Povo de Deus, não busque por isso. O que seu Mestre não teria, não procurem para si próprios. Oh! Igreja de Cristo, o que teu marido desdenhou, desdenhe você também. Ele poderia ter tido isso, mas ele não teve. E ele leu para nós a lição, que se todas estas coisas podem ser da Igreja, foi bom para ele ter passado por elas e dizer: "Elas não são para mim - Eu não pretendo brilhar nestas plumas emprestadas."

III. Mas em terceiro lugar, e aqui jaz o cerne do assunto, você viu que Cristo reivindicou ser um rei; você viu que tipo de rei ele poderia ter sido e não foi, mas agora você verá que tipo de rei ele é, e que tipo de rei ele
reivindica ser. Qual era seu reino? Qual sua natureza? Qual era sua autoridade real? Quais foram seus súditos? Quais suas leis? Qual seu governo? Agora você perceberá imediatamente da passagem tomada como um todo, que o reino de Cristo é um reino muito estranho, totalmente diferente de qualquer coisa que jamais foi vista ou que ainda será vista.
Ele era um reino, em primeiro lugar, no qual os discípulos são os cortesãos. Nosso bendito Senhor não tinha príncipes à espera, nem porteiros de bastão negro, nenhuma guarda real que ocupasse o lugar daqueles altos oficiais? Porque uns poucos pobres e humildes pescadores, que eram seus discípulos. Aprenda, então, que se no reino de Cristo você quer ser um nobre você deve ser um discípulo; sentar aos seus pés é a honra que ele lhe dará. Ouvindo suas palavras, obedecendo seus mandamentos, recebendo sua graça - esta é a verdadeira dignidade, esta é a verdadeira magnificência. O mais pobre homem que ama a Cristo, ou a mais humilde mulher que está desejando aceitá-lo como seu mestre, torna-se imediatamente membro da nobreza que espera por Cristo Jesus.

Que reino é este que faz pescadores nobres, e camponeses príncipes enquanto eles ainda continuam pescadores e camponeses! Este é o reino do qual nós falamos, no qual o discipulado é o mais alto grau, no qual o serviço divino é a mais alta patente.
Este era um reino, é estranho dizê-lo, no qual as leis do rei, não estão, nenhuma delas, escritas em papel. As leis do rei não são proclamadas pela boca do arauto, mas escritas no coração. Você não percebe que na narrativa Cristo manda seus servos ir e pegar seu corcel real, tal qual ele estava, e esta era a lei: "Soltai-o e deixai-o ir?" Mas onde estava escrita a lei? Estava escrita no coração do homem a quem pertenciam a jumenta e o jumentinho, pois ele imediatamente disse: "Deixai-os ir" cordialmente e com grande alegria; ele pensou ser uma grande honra contribuir para a cerimônia real deste grande Rei de paz. Assim, irmãos, no reino de Cristo você não verá nenhum enorme livro de leis, nem juristas, nem procuradores, nem advogados que necessitem esclarecer a lei. O livro da lei está aqui no coração, o advogado está aqui na consciência, a lei está escrita não mais em pergaminho, nem mais promulgada e escrita, como foram os decretos de Roma, sobre aço e aflição, mas sobre as tábuas de carne do coração. A vontade humana é persuadida à obediência, o coração humano é moldado à imagem de Cristo, seu desejo se torna o desejo de seus súditos, sua glória seu alvo principal, e sua lei o maior deleite de suas almas. Estranho reino este, que não necessita de nenhuma lei, salvo aquelas que são escritas sobre o coração de seus súditos.
Estranho ainda, como alguns pensarão dele, este era um reino no qual riquezas incertas não partilham o que quer que seja de sua glória. Lá vai o Rei, o mais pobre de toda a classe, por que aquele Rei não tinha onde
reclinar a cabeça. Lá vai o Rei, o mais pobre de todos, sobre o jumento de outro homem que ele tinha emprestado. Lá vai o Rei, alguém que está para morrer; desprovido de seu manto para morrer nu e exposto. E ele ainda é o Rei do seu reino, o Principal, o Príncipe, o Líder, o Coroado de toda a geração, simplesmente porque ele tinha o mínimo. Ele era quem tinha dado mais aos outros e retido o mínimo para si mesmo. Ele que era o menos egoísta e mais abnegado, ele que viveu o máximo para os outros, era o Rei deste reino. E olhe para os cortesãos, olhe para os príncipes! Eles eram todos pobres também; eles não tinham nenhuma bandeira para colocar do lado de fora das janelas, então eles lançaram suas pobres roupas sobre as sacadas ou as penduraram das janelas quando ele passava. Eles não tinha púrpura brilhante para fazer um tapete para os pés de seu jumento, então eles lançaram suas próprias roupas surradas no caminho, eles espalharam ao longo do caminho ramos de palmeira que eles podiam facilmente obter das árvores que guarneciam a estrada, porque eles não tinham nenhum dinheiro com o qual custear a despesa de um grande triunfo. A cada caminho este era um pobre fato. Nenhum brilho de ouro, nenhuma bandeira ostentada, nenhum soprar de trombetas de prata, nenhuma pompa, nenhuma circunstância! Era o triunfo da própria pobreza. Pobreza entronizada sobre o animal próprio da pobreza cavalgando através das ruas. Estranho reino este, irmãos! Eu creio que nós o reconhecemos - um reino no qual aquele que é o principal entre nós, não é aquele que é mais rico em ouro, mas aquele que é mais rico em fé; um reino que não depende de nenhum rendimento exceto o rendimento da divina graça, um reino que oferece a cada homem sentar-se sob sua sombra com deleite, seja ele rico ou pobre.
Estranho reino este! Mas, irmãos, aqui está alguma coisa talvez ainda mais excessivamente extraordinária, ele era um reino sem força armada. Oh, príncipe, onde estão teus soldados? Este é teu exército? Este milhares que te servem? Onde estão tuas espadas? Eles carregam galhos de palmeira. Onde estão teus equipamentos? Eles estão quase se desnudando para calçar teu caminho com suas roupas. Estas é tua hoste? Estes são teus batalhões? Oh estranho reino, sem um exército! O mais estranho Rei, que não usa nenhuma espada, mas cavalga adiante no meio deste povo conquistando e para conquistar um estranho reino, no qual há a palma sem a espada, a vitória sem a batalha. Sem sangue, sem lágrimas, sem devastação, sem cidades queimadas, sem corpos mutilados! Rei de paz, Rei de paz, este é teu domínio! Ainda é assim no reino sobre o qual Cristo é rei hoje, não há força para ser usada. Se os reis da terra dissessem para os ministros de Cristo: "Nós lhe emprestaremos nossos soldados," nossa resposta deveria ser: "O que nós podemos fazer com eles? - como soldados eles são inúteis para nós" Será um dia ruim para a igreja quando ela emprestar o exército daqueles iníquos gentios, o imperador Constantino também pensou que poderia fazê-la grande, Ela não nada além de poluição, degradação e vergonha, e aquela igreja que pediu às tropas civis para ajudá-la, aquela igreja que faria seu Sábados obrigatórios às pessoas pela força da lei, aquela igreja que teria seus dogmas proclamados com o ressoar dos tambores, e fez o punho ou a espada tornarem-se suas armas, não conheceu de que espírito ela é. Estas são armas carnais. Elas são fora de propósito em um reino espiritual. Seus exércitos são pensamentos amorosos, suas tropas são palavras amáveis. O poder pelo qual ele governa seu povo não é a mão forte e o braço estendido da polícia ou dos
soldados, mas pelas ações de amor e palavras de superabundante bênção ele declara seu soberano poder.
Este era um estranho reino também, meus irmãos, porque ele não tinha qualquer pompa. Se você reclamar sua pompa, que pompa singular ela era! Quando nossos reis são proclamados, três estranhos indivíduos, como nunca se vê em outras ocasiões, chamados arautos, vêm cavalgando à frente para proclamar o rei. Estranhas são suas vestes, romântico seu traje, e com som de trombetas o rei é magnificamente proclamado. Então vem a coroação e como a nação se emociona de ponta a ponta com êxtase quando o novo rei está para ser coroado! Que multidão enche as ruas.
Algumas vezes as fontes eram feitas para fluir vinho, e raramente havia uma rua que não estava forrada com trapezistas por toda a parte. Mas aqui vem o Rei dos reis, Príncipe dos reis da terra, nenhum cavalo colorido empinado que mantivesse a distância os filhos da pobreza; ele esta montado sobre um jumento, e enquanto cavalga adiante, fala gentilmente às pequenas crianças que clamam: "Hosana," e quer bem às mães e pais da mais baixa estirpe que se comprimem à sua volta. Ele é acessível; ele não é separado deles; ele não reclama ser seu superior, mas servo deles não menos grandioso que um rei, ele era servo de todos. Sem trombetas soando - ele estava contente com a voz dos homens, nenhum adorno sobre seu jumento, mas as vestimentas de seus próprios discípulos, nenhuma pompa além da pompa que corações amorosos sinceramente rendidos a ele. Assim ele cavalga; seu reino de submissão, o reino de humilhação.
Irmãos, nós podemos pertencer àquele reino também; nós podemos sentir em nossos corações que Cristo vem a nós para subjugar toda altivez e todo pensamento orgulhoso, que cada vale seja ser elevado, e cada monte seja humilhado, e toda a terra exaltada naquele dia!
Ouça novamente, e este talvez seja um lado impressionante do reino de Cristo - ele veio estabelecer um reino sem impostos. Onde estão os cobradores de impostos do Rei? Você diz que ele não tinha qualquer
imposto; sim ele tinha, mas que imposto ele era! Cada homem, de bom grado, despia-se de suas vestimentas; ele nunca pediu isto; seu rendimento fluía livremente dos presentes dados de bom grado por seu povo. O primeiro tinha emprestado e seu jumento e o jumentinho, os outros tinham entregue suas roupas. Aqueles que tinham poucas roupas para repartir, retiraram os galhos das árvores, e ali estava declarado de vez que não custava qualquer coisa a nenhum homem, ou particularmente que nada era exigido de qualquer homem, mas todas as coisas eram dadas espontaneamente. Este é o reino de Cristo - um reino que não se mantém do dízimo, contribuições à igreja ou impostos de Páscoa, mas um reino que vive sobre a livre vontade de ofertar de um povo disposto, um reino que não exige nada de qualquer homem, mas que vem a ele com uma força mais poderosa eficácia do que exigência, dizendo a ele: "Tu não estás debaixo da lei, mas sob a graça, sendo comprados por preço", dedique a si mesmo e tudo o que você tem ao serviço do Rei dos reis! Irmãos, vocês me acham um louco ou fanático em falar de um reino deste tipo? De fato, seria fanatismo se nós disséssemos que qualquer simples homem pudesse estabelecer tal domínio. Mas Cristo fez isto, e hoje há dezenas de milhares de homens neste mundo que chamam-no Rei, e que sentem que ele é mais Rei deles do que o governante de sua terra nativa; que eles dão a ele uma mais sincera homenagem do que eles deram ao amado soberano, eles sentem que seu poder sobre eles é tal que eles não desejam resistir - o poder do amor, que seus presentes a ele são tão pequenos, por isso eles desejam dar a si mesmos de agora em diante, Isto é tudo o que eles podem fazer. Maravilhoso e inigualável reino! Tal qual nunca se encontrará sobre a terra.
Antes de deixar este ponto, eu gostaria de observar que este era um reino no qual todas as criaturas foram consideradas. Porque Cristo tinha dois animais? Havia um jumento e um jumentinho, cria de jumento; ele
montou o filhote de jumento porque ele nunca tinha sido montado antes.
Eu já observei diversos comentaristas para ver o que eles dizem acerca disso, e um antigo comentarista me fez rir - Eu creio que ele não fará você rir também - dizendo que Cristo ordenando a seus discípulos para
trazerem o filhote e também a mãe nos ensinaria que os infantes devem ser batizados tanto quanto seus pais, o que me parece ser um argumento eminentemente digno do batismo infantil. Pensando no assunto acima, contudo, eu considero que há uma melhor razão a ser dada, - Cristo não teria qualquer dor em seu reino, ele não teria nem mesmo um jumento sofrendo por ele, e se o filhote fosse tirado de sua mãe, lá estaria a pobre mãe no estábulo em casa, pensando em seu filhote, e lá estaria o filhote desejando voltar, como aquelas vacas que os filisteus usaram quando eles devolveram a arca, e que foram mugindo enquanto seguiam seu caminho, porque seus bezerros estavam em casa. Impressionante reino de Cristo no qual o animal natural possuirá sua parte!. "Porque a criatura foi sujeita a vaidade de nosso pecado." Ele era um animal que sofria por causa do nosso pecado, e Cristo pretende que seu reino traga de volta os animais à sua primitiva felicidade. . Ele nos faria homens misericordiosos, considerando até mesmo os animais. Eu creio que quando seu reino vier totalmente, a natureza animal será reconduzida à sua felicidade original.
"Então o leão comerá feno como o boi, a criança de peito brincará na toca da áspide, e a criança desmamada colocará sua mão no esconderijo do basilisco." A velha tranqüilidade do Éden, e a familiaridade entre o homem e as criaturas e as criaturas inferiores, retornará novamente. E mesmo agora, sempre que o Evangelho é totalmente conhecido no coração do humano, o homem começa a reconhecer que ele não tem direito deliberado para matar um pardal ou um verme, porque ele está no domínio de Cristo, e aquele que não montou o jumentinho sem ter a mãe dele ao seu lado, para que isso pudesse ser em paz e alegria, não teria qualquer de seus discípulos pensando negligentemente da mais inferior criatura feita pela sua mão. Bendito reino este que considerou até mesmo o desprezado!
Deus cuida dos bois? Oh, que ele cuide; e que o próprio jumento, aquele herdeiro do trabalho, seja cuidado. O reino de Cristo, então, cuidará de animais tanto quanto de homens.
Mais uma vez: Cristo montando através das ruas de Jerusalém, ensinou publicamente que seu reino era um reino de alegria. Irmãos, quando grandes conquistadores cavalgam através das ruas, você freqüentemente ouve da alegria do povo; como as mulheres atiram rosas no caminho, como eles se amontoam em volta do herói do dia, e balançam seus lenços para mostrar sua apreciação pela libertação que ele operou. A cidade foi longamente sitiada, o campeão desarraigou os sitiadores, e o povo terá descanso agora. Desocupando totalmente os portões, limpam as estradas e deixam o herói vir, permitem ao mais inferior pajem que está entre seus seguidores seja honrado neste dia por causa da libertação. Ah! Irmãos, quantas lágrimas, contudo, são aquelas ocultadas nestes triunfos! Há uma mulher que ouve o som dos sinos da vitória, e diz: "Ah! Vitória sem dúvida, mas eu estou de luto, e meus pequeninos estão órfãos" E dos balcões de onde a beleza olha para baixo e sorri, há talvez uma desconsideração naquele momento por amigos e parentes sobre os quais eles em breve eles terão de chorar, porque cada batalha é com sangue, e cada conquista é com tristeza, e cada grito de vitória tem seu luto, seu lamento, e ranger de dentes. Cada som de trombetas por causa da vitória conseguida, cobre o choro, os lamentos, e a profunda agonia daqueles que têm perdido seus parentes! Mas em teu triunfo, Jesus, não houve lágrimas! Quando as crianças clamavam: "Hosana," elas não tinham perdido seus pais na batalha. Quando homens e mulheres gritavam: "Bendito o que vem em nome do Senhor," eles não tinha nenhum motivo para chorar com a respiração presa, ou para estragar sua alegria com a lembrança da miséria. Não, em seu reino há alegria pura e sem mistura. Gritem, gritem, vocês que são súditos do Rei Jesus! Vocês têm aflições, mas não dele, problemas podem vir porque vocês estão no mundo, mas elas não vem dele. Seu serviço é perfeita liberdade. Seus caminhos são caminhos de conforto, e suas veredas são paz.
"Alegre-se o mundo, o Salvador vem, O Salvador há muito prometido; Prepare cada coração uma canção
E cada voz uma melodia" Ele vem lançar fora suas lágrima e não fazê-las fluir, ele vem tirar você do seu lamaçal e colocá-lo sobre seu trono, para tirá-lo das suas masmorras e fazê-lo saltar em liberdade.
"Bênçãos abundam onde ele reina, O prisioneiro salta por quebrar suas cadeias; O cansado encontra eternal descanso, E todas as eras de necessidade são abençoadas." Singular reino este! 

IV. E agora eu venho para o meu quarto e último tópico. O Salvador, em sua entrada triunfal na capital de seus pais, declarou-nos muito claramente os efeitos práticos do reino. Ora, quais são eles? Um dos primeiros efeitos foi que toda a cidade se comoveu. O que isto significa?
Isto significa que cada pessoa tinha alguma coisa a dizer sobre ele, e que cada pessoa sentiu alguma coisa porque Cristo montou através da rua. Havia alguns que inclinavam-se do topo de suas casas, olhavam a rua e diziam um ao outro - "Aha! Você já viu brincadeira mais tola do que esta? Humpf! Lá está Jesus de Nazaré, lá em baixo montando um jumento!
Certamente se ele pretendia ser rei podia ter escolhido um cavalo. Olhe pra ele! Eles chamam isto pompa! Lá está um velho pescador atirando somente sua mal-cheirosa roupa; Eu diria que ele estava pescando nelas há uma ou duas horas atrás?" "Olhe," alguém diz, "veja aquele velho mendigo jogando seu gorro pro ar por alegria!" "Aha!" dizem eles, "Há coisa mais ridícula do que esta?" Eu não posso colocar isto nos termos que eles o teriam descrito; se eu pudesse, eu acho penso que o faria. Eu gostaria de fazer você ver quão ridículo isto deve ter parecido ao povo. Por que se o próprio Pilatos tivesse ouvido sobre ele teria dito - "Ah! Não há muito o que temer disto. Não há temor que aquele homem derrube César; Não há temor que ele em algum tempo destrua um exército. Onde estão suas espadas?
Não há nenhuma espada entre eles! Eles não têm nenhum clamor que soe como rebelião; seus sons são somente alguns versos religiosos tirados dos Salmos." "Oh!" diz ele, "Tudo isto é desprezível e ridículo." E esta era a opinião de um grande número em Jerusalém. Talvez esta seja sua opinião, meu amigo. O reino de Cristo, você diz, é ridículo; você talvez não acredite que há alguma pessoa que é governada por ele embora nós digamos que nós o temos como nosso Rei, e que sentimos que a lei do amor é uma lei que nos constrange a doce obediência. "Oh,"você diz, "isto é fingimento e hipocrisia." E há alguns que estão presentes onde eles têm incensórios dourados, e altares, e sacerdotes e eles dizem: "Oh! Uma religião que é tão simples - cantando uns poucos hinos, e oferecendo improvisada oração! - Ah! Dê-me um bispo com uma mitra - um ótimo indivíduo envolvido em tecido - que isto é coisa para mim." "Oh!," diz outro, "deixe-me ouvir o ressoar dos órgãos; deixe-me ver as coisas feitas sistematicamente, deixe-me ver alguns ornamentos também; deixe o homem surgir coberto em roupas apropriadas para mostrar que ele é um tanto diferente das outras pessoas; não o deixem ficar vestido como se ele fosse um homem comum; deixe-me ver alguma coisa no culto diferente de todas as coisas que eu já vi antes." Eles o querem vestido com alguma pompa, e porque não é assim eles dizem - "Ah! Humpf!" Eles o ridicularizam, e isto é tudo que Cristo tem da multidão de homens que se acham excessivamente sábios. Ele é para eles loucura e eles passam por ele com desprezo. Seus escárnios serão em breve trocados por lágrimas senhores! Quando ele vier com real pompa e esplendor vocês irão chorar e lamentar, porque vocês negaram o Rei da Paz.
"O Senhor virá! De uma terrível forma, Com coroa de arco-íris e manto de tempestade, Com voz de querubim e asas de vento, O Julgamento marcado de toda humanidade." Então você achará perturbador tê-lo tratado com desprezo. Sem dúvida, havia outros em Jerusalém, que estavam cheios de curiosidade. Eles
diziam - "Meu Deus, o que pode ser isto? O que isto significa? O que é isto?" "Eu gostaria que você viesse," eles diziam aos seus vizinhos, "e nos contassem a história deste homem singular, nós gostaríamos de saber sobre ele." Alguns deles diziam: "Ele foi para o templo, eu diria que ele fará um milagre;" Assim afastados eles correram, e se apertaram, e se espremeram, e se amontoaram para ver uma maravilha. Eles eram como
Herodes, eles desejavam ver algum milagre operado por ele. Este foi também o primeiro dia da chegada de Cristo, e, é claro o entusiasmo podia durar uns nove dias se ele prosseguisse, assim eles estavam muito curiosos sobre isso. E isso é tudo o que Cristo tem de milhares de pessoas.
Eles ouvem sobre um reavivamento da religião. Bem, eles gostariam o que é isso e ouvir sobre isso. Há alguma coisa acontecendo em tal e tal local de culto; bem, eles gostariam de ir mesmo que fosse somente para ver o lugar. "Há um estranho ministro dizendo coisas esquisitas, vamos ouvi-lo. Nós tínhamos intenção de sair" - vocês sabem que eu tenho em vista vocês mesmos - "nós tínhamos a intenção de ir a uma excursão hoje," você diz, "mas, ao invés disto, vamos lá." Apenas isto, curiosidade, curiosidade; isto é tudo tem hoje, e ele que morreu sobre a cruz tornou-se um tema para uma história sem propósito, e ele que é Senhor de anjos e adorado por homens, é discutido como se fosse um Bruxo do Norte ou algum excêntrico
impostor! Ah! Daqui a pouco, você achará perturbador tê-lo tratado assim; porque quando ele vier, e quando todo olhos vê-lo, você que simplesmente inquiriu curiosamente por ele descobrirá que ele perguntará por você, não com animosidade mas com ódio, e dirá - "Apartai-vos, vós malditos, para o fogo eterno." Mas anônimos na multidão houve alguns que foram ainda piores, porque eles observavam a coisa toda com inveja. "Ah!" disse o Rabi Simeon para o Rabi Hillel, "o povo nunca esteve tão satisfeito conosco. Nós conhecemos muito mais do que aquele impostor; nós lemos do começo ao fim todos os nossos livros religiosos." "Você não se lembra dele," disse alguém, "que quando ele era um menino era especialmente precoce? Você se lembra quando ele veio ao templo e conversou conosco, e desde então ele enganava o povo," Pensando em que ele brilhava mais do que eles, que ele era mais estimado no coração das multidões do que eles eram, embora eles fossem altamente orgulhosos. "Oh!" disse o fariseu, "ele não usa nenhum filactério, e eu fiz os meus bem grandes; eu fiz minhas vestimentas até quase as extremidades, para que elas possam ser superiores." "Ah!" diz outro, "Eu dizimo minha menta, meu anis, meu cominho, e fico no canto da rua e toco trombeta quando dou um centavo, mas, ainda assim, o povo não me coloca sobre um jumento; eles não batem palmas e dizem: 'Hosana' para mim, mas toda a terra vai atrás deste homem como um bando de crianças. Além disso, pense neles indo ao templo perturbando seus superiores, perturbando a nós que estamos fazendo uma exibição de nossas pretensas orações em pé no pátio!" E isto é o que Cristo tem de um grande número. Eles não gostam de ver a causa de Cristo progredir. Pelo contrário, eles necessitariam que Cristo fosse rebaixado para que eles pudessem engordar a si mesmos com o roubo, eles precisariam que sua igreja fosse desprezível. Eles gostam de ouvir da queda de pastores cristãos. Se eles podem achar falhas em um cristão, "noticiem isto, noticiem isto, noticiem isto," dizem eles. Mas se um homem anda honestamente, se ele glorifica a Cristo, se a Igreja cresce, se almas são salvas, imediatamente há barulho e toda a cidade se movimenta, todo barulho começa e é conduzido por falsidade, fazendo acusações, e calúnias contra o caráter do povo de Cristo. De um modo ou de outro, homens por certo são movidos, se eles não são movidos ao escárnio, se eles não são movidos ao questionamento, eles são movidos a inveja. Mas benditos são aqueles alguns em Jerusalém que foram movidos ao regozijo. Oh! Havia muitos que, como Simeão e Ana regozijaram por ver aquele dia, e muitos deles foram para casa e disseram: "Senhor, agora podes despedir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a tua salvação." Havia uma mulher, há muito acamada, na rua de trás de Jerusalém, que sentou-se me sua cama e disse: "Hosana," e desejou descer para a rua, para que pudesse atirar seu velho manto no caminho, e pudesse saudar aquele que era o Rei dos Judeus. Havia muitos olhos lacrimejantes que lançaram fora suas lágrimas naquele dia, e muitos crentes enlutados que começaram naquela hora a regozijar com indescritível alegria. E assim há alguns de vocês que ouvem de Cristo o Rei com alegria. Você se unem ao hino, não como nós temos todos juntados nossas vozes, mas com o coração.
"Regozijem-se o Salvador reina, O Deus de paz e amor Quando ele limpou nossas manchas. Tomou seu assento nas alturas Regozijem-se, regozijem-se!
Regozijem-se em alta voz, vós santos, regozijem-se Este é, então, o primeiro efeito do reino de Cristo! Sempre que ele vem, a cidade é movimentada. Não acredite que o Evangelho é pregado de maneira nenhuma se não faz barulho. Não acredite, meu irmão, que o evangelho é pregado no modo de Cristo se ele não deixa alguns irritados e alguns felizes, se ele não faz muitos inimigos e alguns amigos.
Há ainda outro efeito prático do reino de Cristo. Ele subiu ao templo e lá em uma mesa, um monte homens com cestas contendo pares de pombas.
"Pombas , senhor, pombas!" Ele olhou para eles e disse: "Tirem essas coisas daí." Ele falou com grande furor. Havia outros trocando dinheiro para que o povo entrasse para pagar seu meio siclo, Ele derrubou as
mesas e colocou-os para correr, e logo esvaziou todo o pátio de todos aqueles mercadores tiravam lucro da religiosidade, e fazendo da religião um pretexto para sua própria compensação. Agora isto é o que Cristo faz sempre que ele vem. Eu desejaria que ele viesse um pouco mais na Igreja da Inglaterra, e a purgasse da venda de nomeações, a livra-se daquela maldita simonia que ainda é tolerada pela lei e a limpasse dos homens que são oportunistas, que tomam aquilo que pertence aos ministros de Cristo, e aplicam para seu próprio uso. Eu gostaria que ele estivesse envolvido em todos os nossos lugares de adoração, para que de uma vez por todas pudesse ser visto que aqueles que servem a Deus, o servem porque o amam, e não pelo que podem obter com isso. Eu gostaria que cada professor de religião tivesse completamente claro em sua própria consciência que ele nunca fez uma profissão para gerar respeitabilidade ou estima, mas que somente fez isso naquela que ele pode honrar a Cristo e glorificar seu Mestre. O significado espiritual disso tudo é este - Nós não temos nenhuma casa de Deus hoje; tijolos e argamassa não são santos, os lugares onde nós cultuamos a Deus são lugares de adoração, mas eles não são casas de Deus, não mais do que nós que estamos neles. Nós não cremos na superstição que faz qualquer lugar santo, mas nós somos o templo de Deus. Os próprios homens são templos de Deus, e onde Cristo vem ele expulsa os compradores e negociantes, ele elimina todo o egoísmo.
Eu nunca acreditarei que Cristo, o Rei fez de seu coração o palácio dele até que você não seja mais egoísta. Oh, quantos professores há que querem obter tanta honra, tanto respeito! Quanto a dar ao pobre, pensando que é mais abençoado dar do que receber, quanto alimentar o faminto e vestir o desnudo, como vivendo para os outros e não para si mesmos - eles não pensam nisto. Ó Mestre, venha ao teu templo e expele nosso egoísmo, agora vem, tira todas aquelas coisas que fazem-no conveniente para servir Mamom para que sirva a Deus; ajuda-nos a viver para ti, e viver para os outros pelo viver contigo, e não viver para nós mesmos!
O último efeito prático do reino de nosso Senhor Jesus Cristo foi que ele organiza uma grande festa; ele teve, se eu posso falar assim, um dia de recepção na sala real, e quem foi o povo que veio para atendê-lo? Ora, vós cortesãos, os discípulos, nobreza alta e baixa que vêm esperar por ele.
Aqui vem um homem, ele tem uma bandagem aqui, e o outro olho tem quase falhando - faça-o entrar, aqui vem outro, seus pés estão totalmente virados e contorcidos - faça-o entrar, aqui vem outro avançando sobre
duas muletas, ambas as pernas são defeituosas, e outro perdeu as suas pernas. Aqui eles vêem e aqui está a recepção. O próprio Rei vem aqui e prepara um grande encontro, e o cego e o coxo são seus convidados, e
agora ele vem, ele toca aquele olho cego e a luz brilha nele; ele fala a este homem com um perna seca, ele anda; ele toca dois olhos de uma vez, e ambos vêem,e ao outro diz: "Eu lançarei fora suas muletas, ponha-se ereto e regozije e salte com alegria." Isto é o que o Rei faz todas as vezes que ele vem. Venha aqui esta manhã, eu te suplico, tu grande Rei! Há olhos cegos aqui que não podem ver tua beleza. Anda, Jesus, anda no meio desta multidão e toca os olhos. Ah! Então irmãos, se ele fizer isto, você dirá: "Há uma beleza nele que eu nunca vi antes."Jesus, toca seus olhos, eles não podem lançar fora sua própria cegueira, tu podes fazê-lo! Ajude-os a olhar para ti pendurado sobre a cruz! Eles não podem fazê-lo a menos que tu os habilite. Possam eles fazer isto agora, e encontra vida em ti! Ó Jesus, há alguns aqui que estão coxos - joelhos que não se dobram, eles nunca oraram; Há alguns aqui cujos pés não correrão no caminho dos teus
mandamentos - pés que não os levarão onde teu nome é louvado, e onde tu és tido em honra. Anda, grande Rei, anda em solene pompa através desta casa, e faze-a como o antigo templo! Mostra aqui o teu poder e prepara teu grande encontro na recuperação do coxo e curando o cego "Oh!" disse alguém, "Eu desejaria que ele abrisse meus olhos cegos." Alma, ele fará isso, sussurre sua oração agora, e isto será feito, porque ele está junto de ti agora. Ele está em pé ao teu lado, ele fala a ti e diz - "Olhe pra mim e seja salvo, tu o mais vil de todos." Há outro, e ele diz - "Senhor, eu quero ser íntegro." Ele diz - "Seja íntegro então." Creia nele e ele te salvará. Ele está próximo a você irmão. Ele não está no púlpito mais do que está no banco, nem em um banco mais do que em outro. Não diga - "Quem irá ao céu para encontrá-lo, ou às profundezas para trazê-lo?" Ele está perto de você; ele ouvirá sua oração mesmo que você não fale; ele ouvirá seu coração falar. Oh! Diga a ele - "Jesus, cura-me," e ele fará isto; ele fará isto agora. Deixe-nos sussurrar um oração, e então nós nos separaremos.
Jesus, cura-nos! Salva-nos Filho de Davi, salva-nos! Tu vês quão cegos nós somos - Oh! Dá-nos a visão da fé! Tu vês o quão coxo nós somos - Oh! Dá-nos a força da graça! E agora, agora mesmo, tu Filho de Davi, arranca nosso egoísmo, e vem e vive e reina em nós como em teu templo-palácio!
Nós pedimos isto, Ó tu grande Rei, por tua própria causa. Amém. E antes de deixarmos este lugar, clamemos novamente: "Hosana, hosana, hosana. Bendito o que vem em nome do Senhor."


Traduzido pelo: Rev. Marco Antonio Rodrigues
Crédito: monergismo.com

Reforma Radical

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