A Soberania de Deus - R. C. Sproul

11:55
Nosso Deus e nosso pai, por favor perdoa-nos quando ousamos contra a sua graça. Nos permita conhecer a graciosidade desta graça e que assim movamos de vida em vida, de fé em fé de graça em graça. E que nós possamos entender que somos salvos pela graça através da fé, e que mesmo esta fé não vem de nós mesmos, mas vem de Ti. Assim, pois, não depende de quem quer, nem de quem corre, nem de quem deseja, mas apenas de Ti, que nos mostra misericórdia (RM. 9:16). Amém.



Todo Cristão que eu já perguntei: Você acredita na soberania de Deus? Eles respondem “sim! Claro que nós acreditamos na soberania de Deus!”. Mas raspe esta afirmação só um pouco, comece a sondar abaixo desta superfície e dentro de 5 ou 10 minutos você irá descobrir que sobrou pouca da preciosa soberania lá.

A Bíblia diz: “Sem Cristo nada podemos fazer” (Jo. 15:5) Este nada não é um pouco de algo. A sua liberdade, que é real e verdadeira, é sempre e em todos os lugares limitada pela liberdade de Deus. Deus é quem é soberano, não nós. A mentira na cultura é: a menos que a pessoa tenha o poder moral dentro de sua alma para fazer o que é espiritualmente certo, e a menos que não tenhamos este poder somos realmente livres. Como, possivelmente, nós podemos nos distanciar mais da visão bíblica sobre o homem do que desta maneira. Esta visão pagã da vontade está em rota de colisão com a Bíblia, que usa uma metáfora diferente, que fala sobre escravidão.

A vontade caída do homem está escrava do pecado. Sim, nós podemos fazer o que queremos fazer, mas o problema está com o querer. As Escrituras nos dizem por vezes e mais vezes que nós não queremos Deus em nossos pensamentos. Nós queremos ser soberanos. Nós queremos ser autônomos. Nós queremos comandar, nós queremos reinar. Nós queremos fazer o que queremos fazer. Nós dizemos que Deus é soberano sobre a criação. Soberano sobre a natureza, soberano sobre a história. Soberano sobre a lei. Mas quando se trata sobre os propósitos da salvação, nós o retiramos de sua soberania.

Você sabe quantas vezes, quando eu falo sobre a eleição pela graça, e a soberania da eleição divina, as pessoas levantam a objeção: “isso não é justo”. Se essa doutrina é verdadeira, ela não é justa e Deus não é justo.”

Veja, se nós experimentamos a graça de Deus uma vez, somos gratos; se a experimentamos por uma segunda vez, nós ficamos um pouco acostumados; mas a terceira vez, nós não apenas a esperamos, como passamos a exigi-la. Nós abrigamos em nossa mente a ideia de que se Deus não me escolher há algo errado com Ele, ao invés de comigo.


Deus preserva a si mesmo o absoluto soberano direito de perdoar quem Ele deseja. E ao resto Ele dá justiça.

Nenhuma pessoa neste universo merece a graça de Deus. E se você pensa que merece a graça de Deus, no minuto em que esta ideia entra na sua cabeça, que a graça é algo que Deus é obrigado a te dar, que um sino toque na sua cabeça te dizendo que você não está mais pensando sobre a graça. Porque graça, por definição, é algo que Deus não está obrigado a dar. Este é o mistério da eleição. Por quê Deus não dá a todos os homens uma graça igual? Por quê Deus não concede a todos igual salvação? Mas a pergunta que você deveria está fazendo é: Por que eu? Por que Ele me trouxe para fora da escuridão e pôs na luz? 

Pense sobre a sua própria conversão. Como Deus, na sua graça, resgatou você? Por esta graça, que é soberana.


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Fonte: Transcrito do vídeo "https://www.youtube.com/watch?v=il-ve8cDtoc"
Transcrição do vídeo: Necilia Paula
Revisão: Estudos e Mensagens Cristãs (
trovian.blogspot.com.br)