Gênesis 22:12 e a Onisciência Divina
João Calvino
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças
nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu
filho, o teu único filho.
Agora sei que temes a Deus. A exposição de Agostinho, ‘Eu te fiz saber’, é forçada. Mas como algo pode se tornar conhecido para Deus, a quem todas as coisas sempre tem sido presentes? Na verdade, ao condescender-se à maneira dos homens, Deus diz aqui que o que Ele provou por experiência, é agora feito conhecido a si mesmo. E Ele fala assim conosco, não de acordo com sua infinita sabedoria, mas de acordo com a nossa debilidade. Moisés, contudo, quer simplesmente dizer que Abraão, por esse ato, testificou quão reverentemente temia a Deus. Inquire-se, todavia, se ele não tinha dado, em ocasiões anteriores, muitas provas de sua piedade. Respondo que quando Deus desejou que ele assim procedesse, finalmente tinha completado o verdadeiro teste de Abraão; em outras pessoas uma provação bem mais leve teria sido suficiente. 2 E assim Abraão demonstrou que temia a Deus, ao não poupar seu próprio e único filho; dessa forma, um testemunho comum do mesmo temor é requerido de todos os piedosos, em atos de abnegação. Visto que Deus impõe sobre nós uma contínua batalha, devemos tomar cuidado para que ninguém deseje receber o livramento antes do tempo.
Fonte: Commentary on Genesis - Volume 1 by John Calvin
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