Este é o Espírito Santo, por meio de quem somos santificados (2 Ts 2.13); o “Espírito eterno”, pelo qual Cristo se ofereceu sem mácula a Deus (Hb 9.14). Este é o Espírito Santo, por quem somos “selados para o dia da redenção” (Ef 4.30); o Espírito que nos torna sua habitação (Ef 2.22) e vive em nós (2 Tm 1.14), através de quem somos preservados a olhar para e a ansiar por Cristo e que nos torna “ricos de esperança” (Rm 15.13).
A vida de santidade depende muito de recebermos e nos apropriarmos deste Hóspede celeste. Digamos-Lhe nosso “bem-vindo”, procurando não envergonhá-Lo, não resisti-Lo, não entristecê-Lo, não apagá-Lo, e sim amá-Lo e nos deleitarmos no seu amor (“o amor do Espírito” – Rm 15.30); de modo que nossa vida seja um viver no Espírito (Gl 5.25), um andar no Espírito (Gl 5.16), um orar no Espírito (Jd 20). Ao mesmo tempo que fazemos distinção entre a obra de Cristo por nós e a obra do Espírito em nós, a fim de preservar inalterável a nossa consciência do perdão, não devemos separar de maneira alguma estas duas obras. Mas, permitindo que ambas cumpram o seu serviço, devemos seguir “a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14), mantendo nosso coração na “comunhão do Espírito” (Fp 2.1) e deleitando-nos nesta comunhão (2 Co 13.13).
A dupla forma de expressão que ressalta a habitação recíproca ou mútua de Cristo e do Espírito Santo em nós é digna de observação. Cristo em nós (Cl 1.27) é um dos lados; nós em Cristo é o outro lado (2 Co 5.17, Gl 2.20). O Espírito Santo em nós (Rm 8.9) é um aspecto; nós vivemos no Espírito (Gl 5.25) é o outro aspecto. Esta dupla forma de expressão também é utilizada em referência à Divindade, nestas admiráveis palavras: “Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus” (1 Jo 4.15).
Parece que nenhuma figura seria plenamente adequada para expressar a intimidade de contato, a proximidade de relacionamento e a completa unidade em que somos colocados, ao receber o testemunho divino sobre a pessoa e a obra do Filho de Deus. Sendo possuidores de todos os recursos necessários a uma vida de santidade, não somos, por conseguinte, mais fortemente comprometidos a vivê-la? Se temos uma vida e recursos tão abundantes à nossa disposição, quão grande é a nossa responsabilidade! Devemos ser “tais como os que vivem em santo procedimento e piedade!” E, se acrescentarmos a tudo isso as perspectivas da esperança da segunda vinda, do reino e da glória, nos sentiremos rodeados, em todos os lados, por motivos, assuntos e instrumentos adequados para nos tornarem aquilo que devemos ser — “sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9), “zeloso de boas obras” neste mundo (Tt 2.14) e possuidores de “glória, honra e incorruptibilidade” no porvir (Rm 2.7).
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FONTE: Editora Fiel
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