Um conselho puritano sobre como conhecer a vontade de Deus - John Flavel

23:33
John Flavel
Um conselho puritano sobre como conhecer a vontade de Deus
por John Flavel

Se, portanto, em casos de dúvida você deverá descobrir a vontade de Deus. Governe a si mesmo, em sua busca pela vontade de Deus, seguindo algumas regras:

1. Obtenha o verdadeiro temor de Deus no teu coração. Tenha um medo real de ofendê-lo. Deus não vai esconder a sua mente de uma alma que o busca. “O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança." (Salmo 25:14).

2. Estude mais a Palavra [de Deus], e menos as preocupações e interesses do mundo. A Palavra é luz para os seus pés (Salmo 119:105), ou seja, ela tem uma utilidade de expor e direcionar a todos os deveres a serem feito e os perigos a serem evitados.

3. Reduza o que você sabe em prática, e você deverá saber o que é você deve praticar. "Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus [...]" (João 7:17). "Bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; " (Salmo 111:10).

4. Ore por iluminação e direção do caminho que você deve seguir. Implore ao Senhor para guiá-lo quando estiver em apuros e que ele não permitiria que você caia em pecado.

5. E tendo feito isso, siga a Providência divina na medida em que ela concorda com a Palavra e não mais além. Não há nenhum uso a ser feito da Providência se ela for contra a Palavra.

Não questionem os caminhos da providência, nem os julguem.

Há coisas difíceis de serem compreendidas nas obras de Deus, bem como nas Suas palavras. Nós não devemos usar raciocínio natural e orgulhoso quando pensamos nas obras de Deus. Asafe com muita ousadia tentou perscrutar os meios secretos da providência. Então ele disse: "Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado" (Salmo 73:16).

Jó também foi culpado do mesmo procedimento (Jó 42:3). Eu sei que não há nada na palavra ou nas obras de Deus oposto ao raciocínio sadio, mas há algumas coisas que ultrapassam o raciocínio humano. Por exemplo, o raciocínio humano não pode conceber o bem provindo dos acon­tecimentos tristes, e nós somos tentados a desconfiar da providência.

Por conseguinte, tomem cuidado para não se inclinarem muito ao seu próprio raciocínio e entendimento. Nada parece ser mais natural do que julgar os fatos por padrões humanos, mas nada é mais perigoso!


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FONTE: http://www.hermeneuticaparticular.com e O Mistério da Providência, 1678, (Carlisle, PA: Banner of Truth Trust, 2006)