1. NECESSIDADE DOS SACRAMENTOS
Os sacramentos foram instituídos para exercitar a nossa fé tanto diante de Deus como ante os homens. Ante Deus exercitam a nossa fé confirmando-a na verdade de Deus. o Senhor conhece, em efeito, que para a ignorância de nossa carne é útil propor-lhe os mistérios excelsos e celestiais sob a forma de realidades visíveis. Não é que estas qualidades estejam na natureza das coisas que nos são propostas nos Sacramentos, senão que a Palavra de Deus as marca com este significado.
A promessa compreendida na Palavra precede sempre; o sinal se agrega para confirmar e selar esta promessa, e a faz mais segura, pois o Senhor vê que isto convém a nossas pobres aptidões. Nossa fé é tão pequena e tão fraca que se não estiver sustentada por todas partes e escorada por toda classe de médios, fica logo quebrantada, agitada e vacilante. Ante os homens, os Sacramentos exercitam a nossa fé, já que se manifesta numa confissão pública e deste modo é impelido a louvar ao Senhor.
Os sacramentos foram instituídos para exercitar a nossa fé tanto diante de Deus como ante os homens. Ante Deus exercitam a nossa fé confirmando-a na verdade de Deus. o Senhor conhece, em efeito, que para a ignorância de nossa carne é útil propor-lhe os mistérios excelsos e celestiais sob a forma de realidades visíveis. Não é que estas qualidades estejam na natureza das coisas que nos são propostas nos Sacramentos, senão que a Palavra de Deus as marca com este significado.
A promessa compreendida na Palavra precede sempre; o sinal se agrega para confirmar e selar esta promessa, e a faz mais segura, pois o Senhor vê que isto convém a nossas pobres aptidões. Nossa fé é tão pequena e tão fraca que se não estiver sustentada por todas partes e escorada por toda classe de médios, fica logo quebrantada, agitada e vacilante. Ante os homens, os Sacramentos exercitam a nossa fé, já que se manifesta numa confissão pública e deste modo é impelido a louvar ao Senhor.
2. QUE É UM SACRAMENTO
O sacramento é um sinal externo por meio do qual o Senhor representa e nos testemunha sua boa vontade para conosco, para sustentar nossa débil fé. De modo mais breve e mais claro: Sacramento é um testemunho da graça de Deus que se manifesta por meio de um sinal exterior. A Igreja cristã só reconhece dois Sacramentos: o Batismo e a Ceia.
3. O BATISMO
Deus nos deu o Batismo, primeiro para servir nossa fé nEle, e depois para servir a nossa confissão ante os homens. A fé olha para a promessa pela que o Pai misericordioso nos oferece a comunhão com seu Cristo para que, revestidos dEle, participemos de todos seus bens. O Batismo representa em particular duas coisas: a purificação que obtemos pelo sangue de Cristo, e a mortificação de nossa carne que obtivemos por sua morte. O Senhor mandou que os seus se batizem para remissão dos pecados. E são Paulo ensina que Cristo santifica pela Palavra de vida e purifica pelo Batismo de água a Igreja da qual Ele é o Esposo.
São Paulo ensina também que somos batizados na morte de Cristo sendo sepultados em sua morte para andar em novidade de vida. Isto não quer dizer que a água seja a causa, nem sequer o instrumento da purificação e da regeneração, senão só que recebemos neste Sacramento o conhecimento de estes dons. Se diz que recebemos, obtemos e confessamos o que acreditamos que o Senhor nos dá, já seja que conheçamos estes dons pela primeira vez ou que, conhecendo-os de antes, nos persuadamos deles com maior certeza.
O Batismo serve também a nossa confissão diante dos homens, pois é um sinal pelo qual, publicamente, fazemos profissão de nosso desejo de formar parte do povo de Deus, para servir e honrar a Deus numa mesma religião com todos os fiéis. E por quanto a aliança do Senhor conosco é principalmente confirmada pelo Batismo, por isso com toda razão batizamos também os nossos filhos, pois participam da aliança eterna pela que o Senhor promete que será não só nosso Deus, senão também o de nossa descendência.
4. A CEIA DO SENHOR
A promessa que acompanha o mistério da Ceia aclara com evidência por que tem sido instituído e a que fins tende. Este mistério nos confirma que o corpo do Senhor tem sido entregado por nós numa única vez, e isto de modo tal que agora é nosso e o será também perpetuamente; pois o sangue do Senhor foi derramado por nós uma única vez e de modo que Ele será sempre nosso. Estes sinais são o pão e o vinho, sob os quais o Senhor nos apresenta a verdadeira comunhão de seu corpo e de seu sangue. E esta uma comunhão espiritual, para a qual bastam os laços do Espírito Santo, já que não requer a presença de sua carne sob o pão, ou a de seu sangue sob o vinho. Pois ainda que Cristo, elevado para o céu, deixou esta morada terrena na que nós estamos ainda como peregrinos, contudo nenhuma distância pode diminuir seu poder com o qual alimenta os seus de si mesmo, e lhes concede, ainda estando distanciados dEle, desfrutar de sua comunhão de um modo muito íntimo.
E isto no-lo ensina o Senhor na Ceia de um modo tão verdadeiro e manifesto que devemos possuir, sem a mais mínima dúvida, a plena certeza de que Cristo nos é apresentado ali com todas suas riquezas, com maior realidade que se o vissem os nossos olhos, e os tocassem nossas mãos. O poder e a eficácia de Cristo é tão grande que não só outorga na Ceia a nossos espíritos uma confiança segura na vida eterna, senão que além da certeza da imortalidade de nossa carne; pois está já vivificada com sua carne imortal e participa, de alguma forma, de sua imortalidade.
Por isso o corpo e o sangue estão representados sob o pão e o vinho, para que aprendamos não só que são nossos, senão que também são vida e alimento. Assim, quando vemos o pão consagrado em corpo de Cristo, devemos pensar imediatamente nesta semelhança; assim como o pão alimenta e conserva a vida de nosso corpo, assim também o Corpo de Cristo é o alimento e a proteção de nossa vida espiritual.
E quando se nos apresenta o vinho como símbolo de seu sangue, devemos também considerar que recebemos espiritualmente do sangue de Cristo os mesmos benefícios que proporciona o vinho ao corpo. E assim, do mesmo modo que este mistério nos ensina quão grande é a generosidade divina conosco, da mesma maneira nos insta também a não sermos ingratos ante uma bondade tão manifesta, exortando-nos a louvá-la como convém e a celebrá-la com ações de graças.
Finalmente, este Sacramento nos exorta a unir-nos uns com outros do mesmo modo que se unem entre sim os membros de um mesmo corpo. Nenhum incentivo mais poderoso e mais eficaz se nos podia dar para promover e excitar entre nós uma mútua caridade como o de que Cristo, ao dar-se a nós, nos convide só com seu exemplo a dar-nos e consagrar-nos uns aos outros, senão que, fazendo-se comum a todos, nos faz também a todos um em si mesmo.
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* Texto extraído da quinta parte do livro e-book por título: "Breve Instrução Cristã"
* Fonte: Biblioteca Evangélica Virtual
* AUTOR: Juan Calvino
* SITE: www.iglesiareformada.com
* CÓPIA: segunda-feira, 28 de janeiro de 2008, 13:46:03
* Tradução do espanhol realizada por Daniela Raffo,
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